crônicas -23
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1966. 14 anos. 1ª Série. Colégio Fênix Caixeiral. Centro de Fortaleza. - Bota o “16” no gol!...- bota o “16” no gol! Na hora da formação dos times ficava feliz ao ouvir a gritarada dos colegas.
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Mal sabiam eles que toda a minha eficácia como goleiro estava nas mãos - digo melhor- nos olhos de Sônia, minha paquerinha zarolha - que oftalmicamente me acolhia ao defender uma bola.
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Me lascava todinho no chão e... ao me levantar tinha a impressão de que eu era todo caco de osso pra todo lado, mas tudo bem! Em seguida, com ar em plenos pulmões, devolvia-lhe o carinhoso gesto no mesmo quilate com postura de herói recém - chegado da guerra.
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Ah, aquele olhar...olhar morenoso, pidão! Melhor medalha não havia. Hoje, desconfio se Sônia realmente olhava em minha direção.
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Mais tarde, soube que fizera operação para corrigir o desvio oftálmico. Não logrou êxito. Casou. Dois filhos. Dia desses passou por mim. Brotou novamente a desconfiança e com ela, a recordação: “- bota o “16” no gol”...bota o “16” no gol!
A braço S
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