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sábado, novembro 26, 2011

Conversa mole, comadre!

Por Luiz Carlos Prates

Bobagens. Meu Deus, quanta bobagem. São tantas que nem sei por onde começar. Esta semana andei lendo que a Sofia Loren teria dito a repórteres que deve a sua beleza, a de hoje, ao sexo. Teria dito que faz sexo todos os dias, e ela tem 77 anos.

Claro, só pode ser uma pândega da veterana atriz italiana. A sexualidade da mulher é essencialmente diferente da masculina. A mulher, ao tempo em que vai pegando idade, não se preocupa tanto com as performances do sexo, valoriza mais o afeto, o aconchego, aquilo que as mulheres americanas chamam de “cuddle”, um deitar abraçadinhos, muito carinho e um soninho tranqüilo, ele virado para lá e ela para cá, bumbum com bumbum. Isso já faz um bem enorme à mulher. Já o homem pode ter 70 anos que continuará com a cabeça que tinha aos 18, isso diante do sexo. Mas de nada lhe adianta ter uma cabeça de 18 anos se o corpo tem 70… Em raríssimos momentos o sujeito vai ter “condições” para usar dessa juventude mental. E os homens se iludem e se matam consumindo comprimidos que os “estimulam” artificialmente.

E quando digo comprimidos que matam estou falando matam de matar, de morrer mesmo. Só os burros não sabem disso. Envenenam-se pensando que ficam viris…

Admitindo que fosse verdade que sexo todos os dias garantisse beleza permanente, as mulheres da “vida” seriam lindíssimas, pele esticada, nada de rugas, uma beleza. Entendeste o que eu quis dizer?

Claro que a Sofia fez uma blague, o que mantém as pessoas jovens, cara lisa, sem rugas, é a felicidade, o espírito leve, o sacudir dos ombros diante das tolices que costumam produzir ansiedades e angústias. E vou mais longe, não há quem agüente, mesmo com 18 anos, sexo todos os dias. Conversa mole, comadre Sofia!

MOTIVOS
Li numa revistinha popular sobre os sete motivos que levam um homem a pedir uma mulher em casamento. O primeiro dos motivos é a boa comunicação. Concordo, sem boa comunicação não há casamento que resista. O sexo, que é a isca inicial, dura no máximo a lua-de-mel… Depois vem o convívio. Sem uma boa qualidade de conversação, que envolve cortesias, nada feito, a relação acaba.

OUTRA…
Outra qualidade feminina que os homens dizem encantá-los nas mulheres é mentira deles… Dizem que a mulher tem que ser segura e confiável. Confiável, sim, significa viver no cabresto deles. Quanto a ser segura, essa não. Os homens fogem de mulheres seguras, esse tipo é perigoso para os homens por metade, a maioria…

MADURA
E descaradamente os homens dizem gostar de mulheres maduras, mas com isso querendo dizer uma mulher protetora, uma que lhes substitua a mamãe… Querem colo e proteção, cama, mesa, banho e roupa lavada. Malandros!
25 November, 2011 at 14:01 by Luiz Carlos Prates Tags:

domingo, janeiro 13, 2008

É bom ser infeliz


Por Luiz Carlos Prates

Tenho falado inúmeras vezes aqui sobre felicidade, mas não tenho falado de infelicidade. Não me tenho envolvido com tanta freqüência com essa irmã gêmea da deusa felicidade. A infelicidade é feiosa, mas não deixa de ser irmã da bonitona, o que as separa pode ser apenas o nosso humor do dia...

Digo isso, leitora, pensando em duas coisas. A primeira é a fila que vi nos jornais de pessoas lutando para pegar uma caixinha de antidepressivos. Um horror. Um horror ainda que eu tenha certeza pétrea de que a maioria daquelas pessoas não sofre de depressão, sofre de infelicidade, de uma infelicidade gerada por questões reais ou imaginárias.

Não quero ser cruel e dizer que, mais das vezes, imaginárias. E a segunda questão, dentro do mesmo assunto, vem de uma frase que li ontem em um livro do indiano Osho.

Osho parecia maluco, dizia coisas estonteantes, mas ah, se não fossem os loucos na vida, ficaríamos vazios de soberanas verdades. Não tenho tempo de me alongar, vou ao que disse o Osho. Ele disse que quem é infeliz não sofre de solidão, tem sempre por perto multidões dispostas a conversar, a ajudar, a emprestar mão amiga e solidária. Acrescento: nada como ser infeliz para ser amado, apreciado, alisado.

Mas tente ser feliz e deixar isso transparecer diante dos "amigos", tente. A felicidade provoca nos outros iras profundas. Nada nos incomoda mais que a felicidade alheia, que se danem os felizes, que tropecem numa pedra, pensamos no silêncio da inveja. Mas não pensamos assim de modo consciente, pensamos assim nos porões escuros do subconsciente. A culpa não é minha, é de Freud que puxou as cortinas desses porões.

E tem mais e pior. Muitos buscam na infelicidade a imagem da sofredora, da vítima, da pessoa que precisa de cuidados especiais. A "doença" traz então essa vantagem: nos faz "queridos", simpáticos. Inconscientemente muitos de nós queremos adoecer, estar deprimidos diante dos outros; disso resulta o que Freud chamou de "vantagens secundárias da doença". Sábio, Freud. Queres ficar só, leitora? Diga aos amigos que você é muito feliz, que está muito feliz, diga que o seu casamento é santo. Você vai ser odiada. Diga que é um pobre sofredor e viverá rodeado de simpatias...

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Extraído do jornal Diário Cararinense - 13/01/08

 É hoje o lançamento do livro da Poetisa e Conterrânea Itanira Soares.  As 15hs STAND 94 BIENAL DO LIVRO.