Fim de semana. Ambiência familiar. Sebastião, nosso primo, mostrava orgulhoso, e em primeira mão, suas mais recentes xilografias. Entre diversos papagaios, peixes e cavalos, esta de pronto me agradara: a estação!
Quando a vi me veio voando distante lembrança; farras...viagens da Capital pro Interior. Férias! Festas! Fantasias! Mundo nosso. Só nosso! Vendo a gravura mais de perto, vi o viço do reboliço de gente...o pulsar de vida em cada chegada do trem.
- Oia o milho, Vai ata...vai ata; Olha a manga coité; Eu tenho a tapioquinha de coco. Iô creme! Beiju, beiju...olha o beiju!!
Homens... mulheres de faces encarquilhadas; meninos caneludos e remelentos como diria Moreira Campos, aproveitavam os poucos instantes da paradinha da `Maria Fumaça´, para garantir a sobrevivência do dia. Quanta saudade! De todas as idades. Saudades vindas; saudades idas!
Nada disso se pensava na época. A constatação do quadro de seca, miséria e de boas lembranças só veio muito depois dessa fase paradisíaca!
Mas... por bem ou por mal a gente cresce. Novas farras, festas e fantasias vão ocupando o vazio de outrora. Terá razão Honoré de Balzac, quando diz que o bom da vida são as ilusões da vida?