13 06 2025
RECORDANDO
Abílio Martins
A retomada da Estação Ferroviária - novembro de 2002
Ata da reunião do dia 14 de novembro de 2002, realizada na antiga sede da AABB, na Beira Mar.
ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE IPU
Na noite do dia quatorze de novembro de dois mil e dois, os ipuenses residentes nesta capital, comprometidos com a criação da Associação dos Filhos e Amigos de Ipu – AFAI, reuniram-se no salão nobre da Associação Atlética Banco do Brasil – AABB, localizada na Avenida Beira Mar, para tratar da reunião prevista para o dia vinte e nove do mês em curso, ocasião em que será apresentada, aos presentes, a Diretoria provisória da AFAI, a sua
finalidade e seus objetivos.
Compareceram: Lenira Aragão Dias Firmino, Manoel Firmino Neto, Adelaide Lourenço Martins, Anastácio Pedro de Melo Lima, Maria Assunção Carlos, Maria Itanira Araújo Soares, Jurandir Araújo Soares, Célia Maria Taumaturgo Dias Soares, Ítalo Araújo Soares de Souza, Juliana Araújo Soares de Souza e Abílio Lourenço Martins.
Após vários pronunciamentos acerca da reunião, ficou delegado ao Anastácio Pedro o cargo de cerimonialista; Telma, Adelaide
e Abílio ficariam responsáveis pela preparação do recinto, som ambiente e restaurante.
A Assessora municipal do Ipu, a Senhora Assunção Carlos, usando da palavra e tratando das coisas que envolvem o nosso município, nos deu a triste notícia da venda da centenária Estação Ferroviária. Interrogada, acrescentou ser assunto consumado, pois um empresário de Crateús adquiriu o valioso imóvel em leilão, com a pretensão de instalar, naquele local, uma concessionária da Honda.
Inconformados, Anastácio Pedro, Adelaide Martins e Abílio Martins decidiram ir ao Ipu no dia seguinte, reunir-se com a diretoria da AFAI, naquela cidade e tomar as decisões cabíveis, tentando reverter o ato, por tratar-se, a Estação, um patrimônio histórico da cidade.
Nada mais havendo de importante para ser registrado, foi encerrada esta ata, por mim, Abílio Lourenço Martins
Fortaleza, 14 de novembro de 2002
Abílio Lourenço Martins
Representante da AFAI
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Abaixo-assinados com mais de 1.500 assinaturas.
ILMª SENHORA PREFEITA MUNICIPAL DA CIDADE DO IPU
Os filhos e amigos do Ipu, abaixo assinados, surpresos com a venda da Estação Ferroviária, desta cidade, solicitam a Prefeita Municipal – Senhora Antonia Bezerra Lima Carlos, providências urgentes junto às autoridades constituídas, bem como aos parlamentares ligados a vida política desta cidade, no sentido de embargar aquele ato de compra e venda, adquirindo-a, por tratar-se de um prédio secular, ligado a vida e ao patrimônio histórico da cidade.
Ademais, o artigo 15 das Disposições Transitórias, da Lei Orgânica do Município, datada de 05 de abril de 1990, dispõe: “ São considerados patrimônio histórico do município, para efeito de tombamento, os seguintes prédios: Estação Ferroviária, Igreja de Nossa Senhora do Carmo, inclusive o Cruzeiro, a Igreja Matriz de São Sebastião, Casa de Pedra, edifícios da Prefeitura e da Cadeia Pública, o Chafariz do Cafute, bem como a Bica do Ipu que será intocável.”
N.º N O M E ASSINATURA
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Ofício encaminhado à Câmara Municipal, no dia 26nov2002
ILMº SENHOR ANTONIO CARLOS AMARANTES DA SILVA – PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DA CIDADE DE IPU
Fortaleza, 26 de novembro de 2002
Senhor Presidente,
Conforme dispõe o item III, do artigo 35, da Lei Orgânica do Município, a Associação dos Filhos e Amigos do Ipu – AFAI, encaminha a V. S ª. para a devida apreciação dessa conceituada Câmara Municipal, o abaixo-assinado, em anexo, cujos cidadãos, surpresos e preocupados com a notícia da venda da centenária Estação Ferroviária, vêm, com as suas assinaturas, outorgar a V. S ª e aos edis dessa laboriosa Casa Legislativa, gestões junto ao Poder Executivo objetivando reverter aquele ato, por tratar-se de um patrimônio histórico de nossa cidade.
Ademais, Senhor Presidente, a mesma lei, no seu artigo 64, item X, tratando-se da competência municipal, estabelece: “É competência privativa do Prefeito Municipal decretar a desapropriação por necessidade ou utilidade pública ou interesse social”.
Por fim, a AFAI, em defesa da história do Ipu e do seu patrimônio histórico, solicita esforços da Câmara Municipal, no sentido de encaminhar ao executivo um Projeto de Lei, vetando a alteração dos nomes das ruas da cidade, efetivar o art. 15 das Disposições Transitórias, incluindo outros prédios centenários desta cidade, bem como cumprir a Constituição Federal e o que determina, ainda, o art. 14 – item VIII da Lei Orgânica do Município: “É vedado ao município atribuir nome de pessoa viva a ruas, praças, logradouros públicos, pontes, viadutos, reservatórios d’água, praças de esporte, estabelecimento de ensino, hospitais, maternidades, auditórios, salas, distritos e povoados”.
Respeitosamente
Associação dos Filhos e Amigos do Ipu – AFAI
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CÂMARA MUNICIPAL DE IPU-CE
DA CÂMARA MUNICIPAL DE IPU – CEARÁ
AO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DO IPU
NESTA
Senhor Presidente,
A Câmara Municipal de Ipu, neste ato representada pela a sua Mesa Diretora e seus digníssimos pares, declara total apoio ao Movimento Popular contra a venda do Prédio que funcionava a Estação Ferroviária, a particular, pois, esse prédio tem que incorporar ao patrimônio do município, para ser conservado e tombado como patrimônio histórico.
O artigo 15 das Disposições Transitórias da Lei Orgânica do Município, “in verbis” reza o seguinte: Art. 15. São considerados patrimônios históricos do Município, para efeito de tombamento, os seguintes prédios: Estação Ferroviária, Igreja de Nossa Senhora do Carmo, inclusive o Cruzeiro, a Igreja Matriz de São Sebastião, casa de pedra, Edifício da Prefeitura e da Cadeia Pública, o chafariz do cafute, bem como a Bica do Ipu que será intocável.
Portanto, esta Casa Legislativa é solidária ao movimento por ser contra a venda do mencionado prédio.
Ipu(Ce.) em 26 de novembro de 2002.
Assinam: O presidente da Câmara Municipal e nove vereadores.
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Fotos da Estação Ferroviária, abandonada