20 05 2025
FUNERAL DA DOR
À MEMÓRIA DO PADRE ALFREDINHO
Sou o teu filho este pobre escorrido.
Sou o matuto, teu irmão, filho da dor.
Da fome, miséria e do gemido,
De um povo deserdado e sofredor.
Cercas se erguem e, a partilha,
Do abraço, e do pão já são esquecidos.
Da ave noturna, soturna trilha.
Canto de dor, magoado e ferido.
No catre, só, sofre entristecido.
A terra racha, este assombra.
Mãe mirrada, e o filho falecido.
Acuã, mãe da seca, nas alfombras,
Da mão esquálida, tez ressequida,
Cadáveres e a sua tétrica sombra.
JMB, 2020, CENTENÁRIO DO QUERIDO PADRE ALFREDO KUNZ, O SANTO SUIÇO DE CRATEUS.