A Arte de Envelhecer
17 08 25
Envelhecer não é para os fracos,
mas tampouco é para os apressados.
É preciso ter tempo,
tempo de sobra para perder os medos,
para esquecer os nomes que não importam,
e lembrar os rostos que ficaram.
O espelho já não mente,
mas também já não fere.
Ele apenas sussurra:
“Veja, você ainda está aqui.”
E isso, meu caro, já é um milagre.
A juventude partiu com seus saltos altos,
com suas urgências e suas vaidades.
Mas deixou, como quem esquece um casaco,
um pouco de esperança no cabide da alma.
Agora, os passos são mais lentos,
mas não tropeçam mais em ilusões.
O adeus já não dói,
é só uma vírgula no poema da vida.
Envelhecer é como escrever com lápis macio:
a letra falha, mas o sentido é mais bonito.
É descobrir que a beleza nunca foi o rosto,
mas o riso que ficou depois da lágrima.
E no fim, quando tudo parece silêncio,
há uma música suave no coração:
a melodia das histórias que ninguém viu,
mas que você viveu,
e isso, sim, é eternidade.
Ronalth