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domingo, agosto 17, 2025

17 PAULO RONALTH - A Arte de Envelhecer

 A Arte de Envelhecer

17 08 25


Envelhecer não é para os fracos,

mas tampouco é para os apressados.

É preciso ter tempo,

tempo de sobra para perder os medos,

para esquecer os nomes que não importam,

e lembrar os rostos que ficaram.


O espelho já não mente,

mas também já não fere.

Ele apenas sussurra:

“Veja, você ainda está aqui.”

E isso, meu caro, já é um milagre.


A juventude partiu com seus saltos altos,

com suas urgências e suas vaidades.

Mas deixou, como quem esquece um casaco,

um pouco de esperança no cabide da alma.


Agora, os passos são mais lentos,

mas não tropeçam mais em ilusões.

O adeus já não dói,

é só uma vírgula no poema da vida.


Envelhecer é como escrever com lápis macio:

a letra falha, mas o sentido é mais bonito.

É descobrir que a beleza nunca foi o rosto,

mas o riso que ficou depois da lágrima.


E no fim, quando tudo parece silêncio,

há uma música suave no coração:

a melodia das histórias que ninguém viu,

mas que você viveu,

e isso, sim, é eternidade.



Ronalth

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