Mostrando postagens com marcador crônica - as. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador crônica - as. Mostrar todas as postagens

terça-feira, março 10, 2015

AUTOFÁGICO FOGO!



Por Airton Soares
.
CHAMAMOS DE FOGO
o resultado de um processo muito exotérmico de oxidação. Geralmente, um composto... 
- Corta! Corta! Não é por aí, senhor "AS"! A crônica tem de ser leve, enxuta e que narre em poucas linhas o porquê da dificuldade na resolução eficaz das grandes mazelas sociais do nosso país!
- Mas, Senhor Juiz, a querência que faz Vossa Excelência requer um mínimo de fundamentação e não poderia discorrer em poucas...
.
(O Juiz impaciente...)
.
- É... É... tem razão! Vá, vá... Mande brasa!
VIVEMOS SOB O
“amparo” de uma grande fogueira. Grande! `Gradonazona´, melhor dizendo. Por hipótese nenhuma pode faltar lenha, mas caso falte, incontinenti, o “foguista-mor” dá um jeito de arranjar graveto, cavaco, seja lá o que for. Importante é que seja “queimável”. Mas... se faltar? A fogueira continua. Como pode, se...? Pode, sim, sabe por quê? Porque essa fogueira é autofágica!
DIABEISSO?
Autofagia: é o sustento de um organismo à custa de sua própria substância. Diz respeito à autofagia que é a autodestruição de célula e de organelas citoplasmáticas pelas suas próprias enzimas hidrolisantes. Quer se amostrar, né? Por que num desembucha logo e finaliza essa crônica?
.
A FOGUEIRA A QUE EU
me refiro, de que você já desconfiava, é o sistema capitalista. Ele é fogo! Autodestruidor, autofágico. Daí a dificuldade na resolução eficaz das nossas mazelas sociais. Tudo que dá dinheiro entra na fornalha. Tudo! Prostituição infantil, tráfico de drogas... de influências, violência violenta, tudo é lenha. Tudo gera grana. Não consigo esquecer uma manchete que li nos jornais: “Depois de achar os fuzis, o exército saiu das favelas! Agora o tráfico volta ao normal no Rio.” Voltar ao normal, pode? Pior é que pode!
.
DAÍ NÃO ACREDITAR
nos “acrisolados” projetos que todos os dias são espirrados gabinete afora. Acredito até que, dentre os responsáveis pelas nossas políticas públicas, exista uma minoria cônscia do seu dever de casa, mas que no íntimo, reconhece que seu poder de fogo é... de artifício! Pronto, Juiz. Cheguei ao final. Mandei a brasa que Vossa Excelência queria? Tenho dito!

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

CARNAVAL - O apetite sumiu

 "Pode me faltar o amor / (Disto eu até acho graça) / Só não quero que me falte / A danada da cachaça"


Houve tempo em que esperneava por perder – dentre várias – uma única oportunidade de brincar o carnaval.

Hoje, o apetite sumiu. Não tanto pelas minhas rugas, não tanto pelos meus cabelos brancos,
e os meus olhos míopes e cansados, - parafraseio Manuel Bandeira - mas, sobretudo, pelo meu espírito que – pé ante pé - apela amenidades. AS ®

terça-feira, fevereiro 03, 2015

crônicASemanal - TUDO É UMA QUESTÃO DE PONTO DE VISTA E CIRCUNSTÂNCIA

Por Airton Soares

TUDO É UMA QUESTÃO
de ponto de vista e circunstância. O importante não é a peça [s],em si, mas a combinação. Estas as li por aí, faz um tempão. De tanto repeti-las em minhas palestras já me dou o direito  de não usar aspas. Roland Barthes que o diga.

ISTO TEM SIDO MEU PASSADIO
Nasci com o espírito talhado para juntar-analisar-comparar frases, reflexões...provérbios. Quem se ocupa disso é chamado de paremiólogo.

E SE PRESTAMOS
atenção  aos rumores, aos ruídos do universo, sempre pousará em nossa vista mais e mais peças para comporem nossa sinfonia semântica.

OPA, POUSO Á VISTA!
"Quando um homem quer matar um tigre, chama a isso desporto;
quando é o tigre que quer matá-lo, chama a isso ferocidade.
A distinção entre crime e justiça não é muito grande."

QUEM DISSE?
Bernard Shaw, o dramaturgo, romancista irlândês, também autor de comédias satíricas de espírito irreverente e inconformista.

FIQUEMOS POR AQUI
com mais show, digo, Shaw: Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma.






domingo, janeiro 22, 2012

COMPORTAMENTO <> bebê ouve música para se acalmar

.
Por Airton Soares

"Desce gatinho,
lá de cima do telhado,
para ver se o meu filhinho
dorme um sono sossegado,
há, há, há, hê, hê, hê."

Era assim que minha mãe me fazia dormir. A sua mãe também, leitor cinqüentão. E hoje? Hoje é `zen - chiquesa´!

"Com fones de ouvido, bebê ouve música erudita em maternidade de Kosice-Saca, Eslováquia; ele participa de um programa experimental para acalmar os recém nascidos; segundo os responsáveis, Mozart e Vivaldi são os compositores preferidos dos bebês."

Tomara que esse programa dê certo. E vai dar! As plantas `escutam´, quanto mais nós, humanos, que temos ouvido de ouvir. Só uma coisinha me inquieta: será que nossos bebês irão se acalmar ouvindo Aviões do Forró?

`Quem é o gostozão daqui?
Sou eu
Sou eu
Sou eu..! ´


Meu medo é só esse! Só

sexta-feira, janeiro 06, 2012

O tempo passa bem devagar e eu só seu te amar..

.


Por Airton Soares

O tempo passa bem devagar e eu só seu te amar...quando for velhinho ainda vou querer está ao teu lado e... Lá bem escondidinho no santuário íntimo do nosso ID, saltita o incontrolável desejo de um amor eterno, a exemplo do trecho da música. Excesso de romantismo? AidontiNou , mas que saltita, saltita!

Você não é mais a mesma


Airton Soares


Existe um obstáculo à comunicação humana que chamamos de "congelamento de avaliações."


Guardamos no "freezer" do inconsciente nossa história de vida e esquecemos do prazo de validade. Todos nós, com mais ou menos intensidade, desejamos voltar ao passado com postura nostálgica, doentia. Voltar ao passado só tem sentido quando o fazemos com o fito de aprendizagem.


Nossos relacionamentos vão "pras cucuia" porque não sabemos lidar com as mudanças. A propósito, gostei do poema de Joana D'Arc Oliveira Cruz.


"Amo-te. E amo-te simplesmente. Não te amo muito, amo somente. E não direi que meu amor continuará o mesmo. Em todo o tempo. Porque isso não é amar. Pois amor é vento. E vento estático nunca houve. Nem haverá. Mas é contínuo. Porque há sempre um novo ar. E é assim que eu quero te amar..."

GULA DE FAMÍLIA




Por Airton Soares


Sabe aquele dia em que você amanhece com gula de família? Foi assim que me senti há quinze anos quando convidei meu filho para almoçar comigo.

Recém separado, me sentia só e solitário e numa sexta-feira, almoçar com o filho não teria pedida melhor.

Cuido cedo dos preparativos. Corro à loja mais próxima. Compro toalha de mesa, talheres, guardanapos e uma infinidade de outros apetrechos pertinentes ao grande evento. Na volta, passo pelo mercado e compro Cará, o peixe dos meus "querê". Componho a mesa. Toalha nova e vistosa; talheres de fazer inveja a qualquer estrelado restô...

Nunca dei valor a isso. Pensava, enquanto fazia o almoço.

Peixada... Ôba! Que cheirinho gostoso. Estava apreensivo, mas feliz. Pra quem não sabia fritar um ovo...

10h45min. Ele chega já. Não vejo a hora.

11h10min. Nada! Será que ele vem mesmo? Ligo? Não, ele vem. Não é possível...

13h14min. Julius, adolescentemente alvoroçado, adentra ao apartamento destampando a panela fervente e com espantosa naturalidade diz: "Vixe, pai, é peixe!"... Vou almoçar no seu Ivan. "Seu Ivan" - Restaurante familiar situado nas cercanias do meu apartamento.

Ele sai da mesma forma que entrara e eu, mentalmente disforme, fico com a minha peixada, na minha mesa bem posta, triste e só. Você pode fazer uma pequena idéia do meu martírio, obrigado que fui a almoçar só e solitário.

Enquanto esmurrava a mesa, amaldiçoando todos os filhos do universo, uma vozinha, lá dentro, me chama "prasConversa": "Escute aqui, seu Airton, nada de ressentimentos, tá" Você há de lembrar da sua mãe: Aos domingos, quantas e quantas vezes, ela carinhosamente preparava seu almoço e vossa senhoria chegava lá pra cinco da tarde, das farras, "cheiDosPau"; E sua esposa... E blá... blá... Outra, seu Airton, você teve o mínimo cuidado em perguntar ao seu filho o que ele gostaria de almoçar? Não, não teve! Você preparou o SEU prato predileto na SUA mesa predileta. Se queixe não, jovem. Trate de curtir seu erro, sua dor, mas nada de ressentimentos.

Na ocasião, contei o ocorrido a um amigo e ele sem titubear aconselhou-me: chama teu filho e passa na cara dele esse atrevimento.

Não chamei. E fiz muito bem. Chorei. Curti minha dor e aprendi uma grande lição - lição clichê -, mas imortal. O que se faz aqui, aqui se paga!




"AS" AIRTON SOARES
É cearense, professor, palestrante e autor do livro: O Mundo Fora De Esquadro

sexta-feira, dezembro 30, 2011

Faltou assunto? Se avexe, não!

.


Por Airton Soares

Tem que escrever e faltou assunto? Se avexe, não! Não entre em pânico, recorra aos provérbios e ditos populares. Um Santo remédio. Carece prova? Então leia o que se segue:
Você, meu amigo, não erra ao dizer que a tampa é que sabe o calor da panela, mas escute aqui: só as panelas adivinham o ponto de fervura das sopas. Acabemos de vez com essa discussão boba. Todos nós somos importantes, aqui e algures. Eu preciso de você e você precisa de mim e... `pt´ saudações! Ah, sim, ia esquecendo: uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto.

Bastaram três provérbios, apenas três, e cá estou com o post prontinho da silva. E de lambuja, estilisticamente, ainda me vali de um bordão e de uma gíria. Viva a paremiologia! Viva a linguagem popular! Viva!

quarta-feira, dezembro 28, 2011

C o r r e i o !




Por Airton Soares

Largava-se tudo e corríamos desembestados em direção à porta. Não havia caixa de correio. O carteiro, cúmplice do nosso êxtase, sentia dificuldades em disfarçar sua vontade de intromissão nos segredos envelopados.

Segundo ato, este mais consciente e estratégico, correr para o quarto, banheiro ou para outra dependência da casa que não estivesse minada e, salvo e sôfrego, posicionar o envelope em direção à luz para a indispensável tomografia.Após o resultado do exame, podíamos abrir com certa segurança o envelope pelas beiradinhas ainda com receio de rasgar o conteúdo.

A atmosfera proibitiva era peça fundamental nesse ritual. E hoje, como é que é? O ritual continua. E a mesma atmosfera. Apenas com matiz cibernética, virtual... Tem mensagem nova em sua caixa de correio...

A BANHISTA

.



Por Airton Soares

Ela, que tanto aprecia a multidão, desta feita resolveu ensimesmar-se e curtir o mar sem a presença de inquietações e rumores humanos.

"O mar, mesmo agitado, é um grande mestre." Seria esse um dos seus pensamentos? Só Deus sabe! Ou estaria absorta olhando as nuvens e contando carneirinhos? Ah, já sei. A bonita jovem declama mudamente uma poesia de Cecília Meireles: "O choro vem perto dos olhos/ para que a dor transborde e caia / O choro vem quase chorando /como a onda que toca na praia..."

Ela cruza os braços. Não me parece estar com frio... uma moça só e sozinha. Tão bonita e tão boa. Quem será? Uma banhista que nem desconfia que é o centro das atenções e desejos incontidos de um poeta que, sem assunto, acessa no final de tarde, de um fim de domingo, um site de um jornal.

 É hoje o lançamento do livro da Poetisa e Conterrânea Itanira Soares.  As 15hs STAND 94 BIENAL DO LIVRO.