terça-feira, maio 06, 2025

CONVERSA DE CALÇADA VIRTUAL - Proponente e coordenadora: Dalinha Catunda.

 06 05 25

CONVERSA DE CALÇADA VIRTUAL
0
Sertanejo sente falta
Dos costumes do sertão.
De se sentar à tardinha,
na sombra do oitão,
Para contação de história.
A saudade, é sim, notória!
Nem venha dizer que não.
1
Sinto falta do penico,
Que encurtava a estrada,
E do galo que cantava
No meio da madrugada.
Da piscada e do coió,
E do flerte no forró,
Que terminava em Cantada.
Dalinha Catunda
2
Tantas saudades que tenho
Do meu tempo de criança
Minhas idas pro engenho
Nunca me sai da lembrança
Essa dor é tão ingrata
Cada vez ela retrata
Desde quando usa trança .
Dulce Esteves
3
Badalar "chucái" tampado ;
Bulir "cum" dedo a sirene ;
O blén-blém da capelinha,
No sino de dona Irene.
Baticum pisano "mie",
Muié sentada "cum" " fie",
Na lata de querosene.
Wellington Santiago
4
O meu sonho de criança
Deixei lá no meu rincão
Para seguir os ditames
Do meu próprio coração
Buscando fama e vitória,
Mas sucesso, fama e glória
Não passam de uma ilusão.
(Joames).
5
Ah, se pudessem voltar
Na calçada, as cadeiras
E na roda de família
Contar causos e asneiras
As fofocas mais recentes
Dos vizinhos e parentes
Gargalhando a noite inteira
Giovanni Arruda
6
Saudade das brincadeiras
De bilro,de amarelinha,
Pular corda na calçada
De conversar co'a vizinha;
Nada disso mais existe
Só a Saudade persiste
Do tempo bom que eu tinha.
Bastinha Job
7
Sou de fibra, nordestina
Qualidade que protejo
Trabalhando sol a sol
No Sudeste aqui pelejo
Não fugi de minha terra
Sou sertanejo da serra
Da serra sou sertanejo .
Zé Salvador
8
Naquela casa de taipa
Deixei a rede esticada,
Vovó torrando café,
Vovô comendo coalhada,
Um barrão escramuçando
E um vaqueiro cantando,
Ajuntando a bezerrada.
Anilda Figueiredo
9
Terço na casa de vó
Todo dia era sagrado
A rotina era fiel
A Jesus crucificado
Seguíamos sem embaraço
No tempo ficou o traço
Do nosso santo passado.
Vânia Freitas
10
Eu queria que voltasse
O que vivi no sertão
A turminha reunida
Nas debulhas de feijão
Tinha o momento fiel
Pra papai ler um cordel
E exaltar a tradição.
Rivamoura Teixeira
11
Vou fazer uma viagem
Pra as bandas do meu passado
Lá no tempo da moagem
Em que me via melado
Com o melaço da cana
Este foi um tempo bacana
Que deixou grande legado...
Gerardo Carvalho Pardal
12
Saudades das brincadeiras
De Roda, adivinhação
Tô no poço e anel
Nas festas de renovação
Saudades que faz doer
Nunca vou me esquecer
Guardarei no coração.
Lucia Luna
13
Recordo vovó limpando
A fornalha do fogão
Mascando fumo de rolo
Eu sentado no pilão
Acendia o fogo ligeiro
Com lenha de marmeleiro
Já com o papeiro na mão...
Jairo Vasconcelos.
14
Sinto falta do cinema
Do carrinho e do pião
Do parque boa esperança
E da subida do balão
Do coreto lá da praça
Do trem soltando fumaça
Chegando na estação.
Jerismar Batista
15
Uma setilha não dá
Para narrar a lembrança
Das noites de São João,
No meu tempo de criança,
Dos presépios no Natal
E a alegria no coral
Do reisado e da festança.
Creusa Meira
16
Tinha o dia do purgante
Ao raiar da madrugada
De um óleo repugnante
Numa porção programada
Da qual ninguém escapava
E que a mamãe obrigava
Ou levava chinelada.
José Walter Pires
17
Sinto falta das crianças
Tranquilas na sua escola
Do campinho improvisado
Onde se jogava bola
Do abença mãe, bença pai
Vitamina vitasay
Das bolachas na sacola.
PAULO FILHO
18
São João do Jaguaribe CE
Responder2 d
Araquém Vasconcelos
Sinto falta do reisado
Das festas de São Gonçalo
Do forrozim pé de serra
Até o cantar do galo
Do berro forte do gado
E do vaqueiro encourado
Galopando em seu cavalo
Araquem Vasconcelos
19
Sinto falta das carreiras,
Ao brincar de garrafão,
Das apostas com castanhas,
De soltar o meu pião,
Olho do peixe arrancar,
Uma bola pra jogar,
De tecar bila no chão.
Joab Nascimento
20
Sinto falta dos terreiros
Do meu tempo de criança
E do pé de juazeiro
Onde, a sombra, uma bonança,
Eu e uma prima minha
Brincávamos de casinha.
Tempo cheio de esperança.
Chica Emídio
21
Das delícias que mamãe
Preparava no fogão
Numa panela de barro
Que saboroso feijão!
E também dos meus brinquedos
E animados folguedos
Das noites de São João.
Mana Cardoso,
22
Nasci na simplicidade,
Num ambiente gostoso,
Meio pacato e feliz
De espírito generoso.
Entre o terreiro e a rua,
Ouvia em noite de lua
Às histórias de Trancoso.
Pedro Monteiro
23
Edição do: Conversa de Calçada Virtual?
Basta uma setilha de cada poeta ou poetisa, para nossa Ciranda de Versos,
falando do que ficou no seu rincão e hoje sente falta.
*
Exemplo de septilha
*
Sertanejo sente falta(A)
Dos costumes do sertão. (B)
De se sentar à tardinha, (C)
Lá na sombra do oitão, (B)
Para contação de história. (D)
A saudade, é sim, notória! (D)
Nem venha dizer que não. (B)
*
Meu abraço, meus parabéns e meu muito obrigada a todos.
Gostei muito do resultado.
Proponente e coordenadora: Dalinha Catunda.

Nenhum comentário:

Diálogo com Solon Sales | 21/02/2025