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domingo, maio 18, 2025

18 O Medo Borrando as Calças - Paulo Ronalth

 18 05 2025

O Medo Borrando as Calças 


O medo, ácido que mancha a veste,

Calças e alma, em pavor celeste.

"Na prisão, a morte", ecoa o lamento,

De quem no golpe urdiu o tormento.


Zambelli na voz, fragilidade espelha,

Força da mente, míngua, vermelha.

Não soam mártires, na dor que os consome,

Longe da fibra que a história nomeia.


Graciliano na cela, a palavra talha,

Mandela erguido, além da batalha.

Gandhi, a paz que desarma a tirania,

Luther King, o sonho que irradia.


Mujica e Dilma, na dor renascidos,

Lula, na leitura, laços tecidos.

Transformam chumbo em canção de luta,

A sobrevivência, vingança que fruta.


Mas o covarde, em prantos se curva,

Infantiliza a sombra que o turva.

Não busca elos, nem saber profundo,

Só o abismo da cela, seu último mundo.


Jamais heróis, na fuga do medo,

Almas pequenas, em pranto e degredo.

A história aplaude quem na dor se fez forte,

Não quem na prisão pressente a própria morte.


Ronalth 

Maio2025

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"AS"

Não precisa fazer muito esforço para perceber que o poeta entende de Literatura, Política, Filosofia, entre outras. Basta observar os expressivos nomes citados na poesia. De medicina? Redundante falar!

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