04 05 25
A Lição Silenciosa do Ser
PAULO RONALTH (PR)
Às vezes, a vida, mestra sutil,
Ensina que o valor reside no etéreo,
No que a moeda não pode adquirir,
No tesouro singelo e sidéreo.
O aroma do café que a aurora traz,
O sussurro da chuva na vidraça,
O ouro fugaz de um sol que apraz,
E no instante parado, a alma se abraça.
As coisas mais simples, força em pudor,
Lembram que no turbilhão da jornada,
O essencial não é ter, mas o sentir, a cor
Da emoção pura, desinteressada.
A simplicidade veste a magia,
No riso solto, sem buscar razão,
Na flor que vence a fria alvenaria,
No calor de um afeto, em união.
São os detalhes, fios delicados,
Que a completude em nós vêm despertar,
Mostrando que os excessos são fardos,
E o contentamento reside no amar.
A vida escorre, um rio veloz,
E a beleza reside em deter o passo,
Para ver o presente, tão atroz
Na sua obviedade, que o tempo devasso.
No fim da jornada, a real inscrição,
Não são os troféus de vã conquista,
Mas os gestos pequenos, de pura afeição,
Que a alma entesoura, em secreta artista.
Ronalth
Maio2025
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