segunda-feira, novembro 07, 2011

UMA FINA ESTAMPA


O POVO – Opinião – 15/10/2011

A televisão não é apenas um instrumento de diversão. Ela invade nossos lares e, pela força do convencimento visual, introduz padrões morais e sociais. Passa valores. Estabelece regras de comportamento. Dita normas do como viver. Faz a cabeça dos brasileiros. Não somos uma sociedade ágrafa? As coisas não entram pelo que se lê, mas pelo que se vê.

Pois bem, apesar de o País viver um clima de incentivo à educação pública, estabelecendo até uma lei federal com proposta de melhor salário para os professores – o piso salarial – e a busca de melhores condições de trabalho, a Rede Globo aparece na contramão da sociedade. Entra no debate com uma proposta muito curiosa. Refiro-me à novela Fina Estampa, que consegue avacalhar a escola com cenas bem explícitas de deboche.

Uma personagem (Solange – Carol Macedo), ainda adolescente, se rebola numa festa e canta em estilo funk: “Aprender é desafio/ mas no funk eu arrepio/ Eu odeio redação/ mas requebro até o chão/ Não sou boa no estudo/ levo zero em quase tudo/ Reprovada no provão/ tirei dez no popozão/ Meu diploma é de funkeira/ vem comigo meu irmão/ Põe a mão no popozão/ e requebra até o chão/ Chão, chão, chão!“
E, não satisfeito, o autor resolve colocar a mãe da jovem, Celeste (Dira Paes), aplaudindo a filha e muito orgulhosa com a possibilidade da filha tornar-se uma celebridade.

A ingenuidade deixa de ser inocente para tornar-se uma perversão. Não se nega valores, mostra-se o mórbido como condução natural.

Nesse instante, dada a imensa audiência, esse comportamento adquire legitimação. A inocência da adolescente vira um jogo perigoso de corpo em exposição. Há a esdrúxula explicitação de que o corpo feminino é carne a uso. A garota é convidada a seguir a pista nebulosa da erotização precoce, quase antessala da prostituição.

o corpo à venda
Não por acaso, O POVO, no Dia da Criança, revelou em primeira página o sonho de duas meninas: “quero ser atriz”… “quero ser modelo”.
Pobres meninas do Brasil…

||| Li por Aí...||| 09

Por Airton Soares

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Do meu flanelógrafo

Todos os créditos desta coluna vão para Hélio Passos, do Jornal Diário do Nordeste. Mas, considerando que nada neste mundo é plenamente absoluto, atribuí a mim, algumas migalhas de crédito, visto ser o responsável pela coluna e da escolha dos verbetes. Por isso, dou-me por satisfeito. A bem da verdade, o que mais importa é que o leitor goste do que se segue.... AS
๛๛๛๛๛๛๛๛ domingo - 25/09/2011

SEM MALDADE
Com todo o respeito que lhe tenho como pessoa e principalmente como presidente deste impávido colosso, não levo fé em Dilma e em ninguém do seu batalhão de ministros. Não lhe tenho a menor simpatia, e momentos há que a vejo como um caipira com chapéu de seda na cabeça.

DO OUTRO MUNDO
Para esquecer uma injúria, um amigo meu adotou uma norma de conduta exemplar: esqueceu o autor da injúria, recusou-se a vê-lo e até a ouvi-lo, se ele lhe falava. Ou seja: transformou o ser vivo em ectoplasma, antecipando-lhe a condição de alma do outro mundo.

FASE
Estou na fase em que os velhos livros, lidos na juventude, devem ser relidos nas edições desse período. Abro um deles, e dou com os meus 15 anos, intactos, guardados no exemplar encadernado em percalina, com Graciliano Ramos de perfil.

TALENTO
Uma vez convidaram Chico Buarque para compor a música de um filme, oferecendo-lhe um bom dinheiro. Ele recusou. O responsável pelo filme argumentou, alegando ter sido a mesma importância paga a Tom Jobim. E Chico, irredutível:

-- Ele tinha talento, e eu, não. E isso me obriga a trabalhar muito. Logo: mereço mais.


VERSOS
Os versos mais geniais que conheço são estes: "Eu daqui, e tu de lá / Passa um riacho no meio / Tu de lá me diz adeus / E eu daqui... tibum dendágua!!!"

||| Li por Aí... ||| 08

Por Airton Soares

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Do meu flanelógrafo

dois tipos de ausência. Numa o ausente não retorna, na outra o ausente não parte. Uma é atravessada pelo sol, a outra embaça o vidro e seca o capim já seco. Uma transforma o ruído em aventura; a outra é um longo domingo sem revistas. Efraim Medina Reyes
๛๛๛๛๛๛๛๛ domingo - 08/09/2011

GRAVEI POR AÍ
No momento estou ocupado,
Portanto não posso atender,
Mas deixe seu recado
Que logo mais vou responder.

POIS É
A poesia tem lá suas utilidades.

NÃO SEI
Em qual telefone deixei
Gravada essa mensagem e
Nem sabia mais da poesia
Encontrei-a por acaso.

TAMBÉM
Quem manda não gravar as coisas
Bem feito!

FALTA DIZER
Telefone toca. Alô! Nem sei como representar os sons anomatopaicos diante desta atitude brucutúlica hiper, plus, must moderna: bater o fone na cara da gente. Terrível!

||| Li por Aí...||| 07

quinta-feira, 15 de setembro de 2011



Por Airton Soares

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Do meu flanelógrafo

Não passamos de criança,
apenas nossos brinquedos são mais caros. Li por Aí
๛๛๛๛๛๛๛๛ quinta - 15/09/2011
TROVApuxaTROVA
A ilusão da meninice
com os meus netos se refez
agora em plena velhice
eu sou criança outra vez.
Fernando Câncio - Fortaleza <> Ceará

Um dia fui menino travesso,
nalgum dia serei ancião,
minha vida vai estar ao avesso,
só verdade; sem ilusão!
Wanderson Uchoa - visite o blog do Wan

Minha avó, que já está morta,
queria tudo perfeito...
até fazendo uma torta,
fazia torta direito.
Orlando Woczicosky <> Curitiba

Vasculhando meu passado
descobri triste lembrança
e chorei choro abafado
por não ter sido criança.
Airton Soares - Fortaleza - Ceará

||| Li por Aí...||| 06

Por Airton Soares

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Do meu flanelógrafo
A maior aventura de um ser humano é viajar, e a maior viagem que alguém pode empreender é para dentro de si mesmo, e o modo mais emocionante de realizá-la é ler um livro, mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas o que as palavras não disseram. Augusto Cury.
๛๛๛๛๛๛๛๛ domingo - 11/09/2011

NÃO SOU MUITO de puxar conversa quando viajo. Timidez. É. Acreditem! Mas, foi-não-foi, quando encontro um ouvido virgem, culto e com um bom nível de escuta, viro tagarela. Foi o que aconteceu quando viajava para Camocim (Ce), no ano passado:
- - - - - - -por e-mail
"PREZADO AIRTON, GOSTEI muito do seu Blog. Ele faz jus ao papo interessante que levamos no ônibus de Fortaleza a Camocim. Gostaria que você me enviasse a trova sobre pagar com a mesma moeda. Lembra? Grande Abraço, Elton Menezes Leite."

BASEADO NO PROVÉRBIO DE SALOMÃO:

Não respondas ao louco
segundo a sua loucura
para não vires a ser
o seu semelhante.

FIZ A SEGUINTE TROVA:

Pagar na mesma moeda
nunca deu troco a ningúem
feliz de quem se apieda
não se vinga e faz o bem.

PEGANDO O FRETE:

Fazer o bem, simplesmente
muita gente não concebe
é que não sabe e não sente
que é dando que se recebe. [ Li por Aí ]

PEGANDO O FRETE 2:

Todo mundo se admira
do macaco andar em pé
o macaco já foi gente
pode andar como quiser. [ Li por Aí ]

Há um perigo enorme de você gostar!

Magaça, sobre MEU PÉ DE SERRA, livro do prof. Mello.

 14 05 2025 ⁿᵒᵗ𝐀𝐒✍️  ᵠᵘᵃ   “ Admiro, caro Confrade, o seu empenho e o seu potencial criativo que sempre nos enriquece com sua leveza e sen...