15abr25 via facebook
Dr. José Maria
16 Anos da morte do Monsenhor Moraes
Foi-se em plena Páscoa. Deixou-nos quando a luz da vida da Ressurreição raiava sobre nós. Nos clareava de esperança. E nos enchia da Esperança da Fé que um dia estaremos juntos. Jesus ressurgiu nós ressurgiremos.
O Cura Tomba!
Moraes é morto. Nas lonjuras do outono, ainda destemido é forte, como todo caboclo do sertão, vai-se. Filho de Crateús, 97 anos, não alçou seu centenário. Morre na completude de sua gloriosa missão.
Missas já finitas. Ite missa est, proclamado.
Turíbulos apagados.
Brasas frias.
Cinzas polvilhando na vida. Tantum ergo Sacramentum terminado.
Panis Angelicus silencioso.
Ave Verum completado.
Êxodus in memoriam.
Foi operário da Fé. Mysterium Fidei.
Foi soldado da Igreja. Ora et labora.
Obediente e convicto de suavaliosa e grandiosa missão.
Fartou a tantos na tábua da Eucaristia. Imergiu a muitos no sacramento do Batismo. Ungiu a tantos nos gaspins e estertores da morte. Acolheu a todos. Foi pleno. Foi plural. Saiu do Templo e foi edificar uma cidade, que amou até a morte, Ipu.
Renasceu no chão que não era seu. Construiu Colégios, Escolas, Maternidades, Centro Cultural, Casa do Menor Abandonado. Cidadanizou-se. Um transformador. Como Homero, fundador da literatura ocidental, foi um brilhante orador sacro. Como Pericles reformador da democracia. Revolucionou.
Hoje se vai, como todos mortais. Leva-nos na sua saudade.
Deixa-nos na sua ausência. Alguns morrem na primavera. Outros esperam o descambar do sol. São os crepuscularios. Outros se entregam em plena aurora. Outros quando a noite é anunciada . Alguns morrem na primavera. Outros nem esperam. Monsenhor Moraes preferiu a Páscoa. Onde o fogo santo brilha. Onde Cirio Pascal reluz. Onde os cravos descem da cruz para serem princípio e fim. Alfa e Omega. Páscoa será sempre amanhecer. Onde a morte morre. Diria como Machado de Assis, na beira do túmulo de José de Alencar: ele viverá!