25 03-25
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Aᶦʳᵗᵒⁿ Sᵒᵃʳᵉˢ
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TUPE
Grosseiro, irreverente, carregava no sangue a arte de infernizar pessoas. Pra ele, não custava - um nadinha - expor alguém a uma situação vexatória.
Nasceu no interior. Seu nome de pia: Tupério Machado. Por comodidade, os seus – desde cedo- passaram a chamá-lo simplesmente de Tupe.
Logo, a alcunha se espalhou. Hoje – a não ser familiares próximos e alguns amigos - sabem verdadeiramente seu nome de batismo.
Aos dezoito anos entra para o exército. Seis meses depois sobre um acidente. Uma granada explode em sua mão, enquanto realizava treinamentos. Virou um homem de direita. A outra mão ficou em frangalhos! Nem por isso diminui seu ímpeto ditatorial.
Anos desses, dei de cara com ele. Fiz de conta que não o conhecia. Aos gritos, agredia com palavrões uma jornalista da mídia local.
Vi Tupe! Vitupério!
Nada mudou – nem poderia - a não ser a aparência física.