24 04-05
via: Revista entre Poetas & Poesias
A capital cearense, desde 4 de abril, respira e consome literatura. Isso porque o maior evento literário da Terra da Luz já começou: A XV Bienal Internacional do Livro do Ceará.
Até o dia 13 deste mês, milhares de leitores adultos e mirins baterão pernas por lá à procura de novos ou antigos livros para colocar em sua lista de leitura, e, quem sabe, assistir a uma palestra, uma oficina, um lançamento de livro, uma declamação de poema na Praça do Cordel, encontrar seu/sua autor(a) preferido(a) – ou um(a) novo/nova autor(a) –, conseguir um autógrafo, uma foto… ou simplesmente para sentir o cheiro de livro no ar.
Já estive lá algumas vezes e confesso que o clima é gostoso. E como gosto de ler – e escrever –, quando estou lá me sinto como se estivesse em outro mundo, ou em vários mundos, já que cada livro é um mundo. Ando pelos stands olhando livros, comprando, lendo, sentindo na pele e na alma a magia que a literatura tem o poder de causar. É um universo; uma galáxia com centenas de constelações formadas por escritoras, escritores e livros. Dá vontade de ficar para sempre!
Desta vez, a Bienal, para mim, será bem diferente das anteriores. Na última vez que passei lá, tive a alegria de declamar meus poemas na Praça do Cordel, coordenado pelo Poeta Paulo de Tarso – O Poeta de Tauá. É outro universo, o Espaço do Cordel. Por ali pode-se encontrar os maiores cordelistas cearenses e nordestinos.
Pois é, como eu ia dizendo, desta vez será mais que especial: irei como autor pela primeira vez, além de participar de um lançamento de um livro coletivo, do qual eu e minha ex-aluna Heloíza de Sousa estamos participando, representando a Escola Antônio Alves de Sousa e nossa cidade natal: Reriutaba. Ainda no mesmo dia, lançarei meu mais recente livro, “Um Voo nas Asas do Vento”. E ainda voltarei no final de semana seguinte para mais um lançamento.
Isso é a graça da Bienal, onde tudo pode acontecer. Um espaço mágico em que livros, escritores, escritoras, poetas, poetisas, leitoras e leitores se encontram, se reencontram, se abraçam, se descobrem, se despedem. Onde novos escritores surgem, são descobertos, se realizam. Isso é a atmosfera de uma Feira do Livro, que contagia, que infla mentes e espíritos, que acende as fogueiras para clarear ainda mais as linhas a serem descobertas por antigos e novos leitores.
E eu estarei lá nesta Festa tão espetacular, tão expressiva, de onde, com certeza, não voltarei mais da mesma forma. Sairei realizado, transformado, com a cabeça ainda mais cheia de ideias… e sonhos – pois já sei que tudo é possível para quem sabe aonde quer chegar.
A Bienal do Livro sempre foi e será uma festa coletiva, mas para mim, desta vez, ela é toda particular.
João Rodrigues – Professor e autor cearense
