25 04-04 via facebook
Falso assistencialismo
Abílio Martins
Jesus, na sua passagem pela Terra, ensinou-nos sobre a importância da caridade genuína, aquela que é praticada sem ostentação, sem a busca por reconhecimento ou aprovação alheia. No Evangelho de Mateus, 6:3-4, Ele nos orienta:
"Mas, quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita, para que a sua esmola fique em secreto. E seu Pai, que vê o que é feito em secreto, o recompensará.”
Essa passagem, proferida no Sermão da Montanha, evidencia claramente que Jesus falava diretamente a seus discípulos e seguidores, reforçando a necessidade da humildade e do verdadeiro espírito de solidariedade.
No contexto governamental, o assistencialismo deveria ser aplicado com critérios rigorosos, restrito a situações de real necessidade e sempre de forma temporária. Quando se torna uma política permanente, cria-se, de um lado, a obrigação contínua para o governo e, de outro, a acomodação daqueles que recebem os benefícios.
O que se observa, no entanto, é um uso indiscriminado dos recursos públicos em programas como o Bolsa Família, muitas vezes sem o devido controle, gerando um impacto significativo nas contas do governo. Em troca, os beneficiados acabam servindo como base eleitoral para as eleições futuras.
Não podemos aceitar os títulos pomposos atribuídos a certos governantes, como “pai dos pobres”. Longe de um real compromisso com o bem-estar social, muitos desses líderes visam, exclusivamente, a manutenção do poder e sua perpetuação.
Se os recursos públicos fossem mais bem direcionados para investimentos em infraestrutura e desenvolvimento regional, o país geraria empregos dignos e oportunidades reais para aqueles que hoje dependem do assistencialismo.
É essencial lembrar que o dinheiro distribuído por programas como o Bolsa Família vem da arrecadação de impostos pagos por aqueles que produzem e contribuem para o crescimento do país. No entanto, há quem acredite erroneamente que o governo age corretamente ao "tirar dos ricos para dar aos pobres". Esse pensamento simplista ignora que a alta carga tributária sobre empresas e empreendedores compromete o crescimento econômico, reduz a geração de empregos e, a longo prazo, enfraquece a economia como um todo.
Se um governo sufoca o setor produtivo com tributos abusivos, a arrecadação cai, o desemprego cresce, empresas fecham ou migram para outros países e, como consequência, ocorre um colapso econômico. Nesse cenário, a sociedade se divide em apenas duas classes: uma elite governamental privilegiada e uma população cada vez mais dependente do Estado.
Basta olhar para o mapa-múndi e analisar os regimes ditatoriais de alguns países da Ásia, África, América do Sul e América Central para perceber as consequências nefastas do assistencialismo descontrolado e da concentração de poder nas mãos do Estado.
Abílio, 2 abr 2025