AILCA

AILCA

terça-feira, julho 29, 2025

29 PAULO RONALTH - A Vida Num Espera

 29 07 25

A Vida Num Espera


A vida num espera, meu fio, num vá se enganar,  

Pisca os óio e o tempo corre sem modo de frear.  

Um dia é só risadinha, é roda na calçada,  

Noutro, é pranto escondido e conta empilhada.


Crescer tem sua beleza, mas o peso é sem igual,  

Vai juntando saudade e lembrança sentimental.  

As palavra que num diz, as memória que arde,  

É tudo mistura braba de saudade com vontade.


Vivê na pressa, sem vê o que tá por perto,  

Querendo mostrá que é grande, mas o coração tá deserto.  

Esquece do café risonho, do abraço apertado,  

Das mão que acolhe firme quando o mundo tá pesado.


Num se perca, meu amigo, querendo tudo alcançar,  

O que vale é o essencial, é o amor no olhar.  

É o afeto, a gratidão, a presença no presente,  

Que faz a vida rimá no verso mais comovente.


Porque no fim das jornada, o que fica é só um bucadim:  

Os momento que fez o peito suspirá bem devagarim.


Ronalth

domingo, julho 27, 2025

27 Paulo Ronalth - Lucidez dá Trabalho

 Lucidez dá Trabalho


ser louco demais

é fácil.

difícil é ser lúcido

num mundo doente em série.


quem procura psiquiatra

não é fraco nem surtado,

é quem entendeu

que viver exige manual atualizado.


tem gente que joga trauma

como quem joga futebol:

“não preciso de ajuda!”

e marca gol contra, sem dó.


não estar “grave”

não é desculpa pra escapar,

é só o começo da trilha

que leva à dor sem lugar.


psiquiatria é farol,

psicoterapia é janela,

pra quem quer cuidar da mente

como quem cuida da aquarela.


melhor tratar o começo

do que remediar o fim,

melhor pensar na saúde

do que virar figurinha de estereotipim.


lúcido é quem assume

que viver mexe com tudo.

e a medicina, ora vejam,

também serve pra prevenir o absurdo.


Ronalth 

Julho2025

sábado, julho 26, 2025

26 KLEBER TORRES - VO VÔ BOBÃO

 26 07 25

 VOVÔ BOBÃO


Na minha fase de neto

Fui um previlegiado

Fui amado desde feto

Até certo ponto, mimado

Hoje, na condição de avô

Experimento desse amor

Que recebi na infância 

Sem saber como expressar 

Começo a me comportar

Tal qual eu era criança 


     Kleber Torres

      26/07/2025

 

26 PAULO RONALTH Luzes da Ribalta

 Luzes da Ribalta


Ensina-me a morrer, disse o poeta errante,  

Com olhos de riso e alma de criança,  

Ela, flor de abril, com voz amante,  

Respondeu: serás jovem na esperança.


Trinta anos de tempo não separam  

Dois corações que dançam na ternura,  

O amor, quando é real, não se repara,  

É chama que não teme a noite escura.


Oito frutos brotaram desse enlace,  

E a vida se fez doce até o fim,  

Holofotes brilharam em cada face,  


 A luz dela, no crepúsculo sem fim.

Quem ama não se esconde, não se ausenta,  

É sol que nasce mesmo em tarde cinzenta.


Ronalth 

Julho2025


Homenagem a Charles Chaplin e Oona, história de amor possível!

segunda-feira, julho 21, 2025

21 PAULO RONALTH - Deixa

Paulo Ronalth

DEIXA

deixa ir

quem já foi

sem drama

sem dó

sem depois


gente é tipo estação

passa

fica um pouco

e passa mais


não é sobre perder

é sobre caber

no tempo certo

no espaço exato

no coração aberto


segurar o que parte

é arte

que não vale o quadro


memória não é prisão

é jardim

onde o que foi

floresce

sem precisar voltar


então deixa

deixa ir

deixa vir

deixa ser

o que tiver que doer

vai doer

mas vai sumir


e o que fica?

você

inteiro

sem metade

sem talvez

sem ninguém que não quis

ficar


Ronalth

21 PAULO RONALTH - seres Estranhos

21 07 2025

Seres Estranhos

PAULO RONALTH

Eles falam da morte com olhos serenos,  

Como quem conta estrelas em noite sem sono,  

E vão, entre cortes e suspiros pequenos,  

Tecendo a esperança onde o corpo é abandono.  


Com mãos que aprendem a conter o abismo,  

E a calar a dor que não se pode dizer,  

Guardam no peito um silêncio heroísmo  

Enquanto salvam sem tempo de sofrer.  


Voltam pra casa com a alma partida,  

E mesmo assim, são abrigo e ternura,  

Servem o jantar, fingem vida vivida,  

Mas ainda ouvem o eco da sala escura.  


Chamam isso frieza. Mas não! É ardência,  

É resistir ao que consome e desmantela,  

É vestir coragem onde há impotência,  

E amar, sem deixar que a dor se revele bela.  


São estranhos, sim, mas de uma beleza oculta,  

Que enfrenta o fim para oferecer início.  

Com o coração em silêncio, a alma tumulta,  

Mas seguem firmes, num infinito sacrifício.


Ronalth

terça-feira, julho 15, 2025

15 PAULO RONALTH - Poema do Desejo

 15 07 2025

Poema do Desejo

Paulo Ronalth


o desejo é um parafuso solto

rodopiando na cabeça

entre poder, conforto, amor e imortalidade

a mente (essa maquinaria)

busca símbolos

retratos de sensação

troca de roupa no escuro

a cada clique

um novo prazer

mesma chave antiga

enquanto o eu

bate ponto

o vazio toma café

e exige mais

e às vezes

bem de leve

floresce um gesto

fora da pauta

e o nada se basta

a cada manhã

a rotina repetida

alimenta o monstro

do querer

que ruge

no peito

mas há um hiato

entre cada pulsar

onde a mente cochila

e descobre

que o vazio

é preâmbulo de vida

e então

num lampejo

o desejo

não pede nada

– floresce

o verbo existir

– existe.

Ronalth

quarta-feira, julho 09, 2025

08 AS - POESIA DO MEUS 73 ANOS

 08 07 2025

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e óculos

Setenta e três anos de ardores

Fincados na memória,

Também - claro – dissabores

Faz parte da nossa trajetória.

Construo um mundo atraente

Com físico ainda potente

E alma candente de história...

.                                                              ... pra contar!

:::

Diante a enxurrada de mensagens dos amigos, não tem como não ficar “atopetado”  de alegria!

:::

Gratidão! 

A migo S

08 07 25

08 RAQUEL - Telegrama para o AS

 08 07 2025

TELEGRAMA PARA O AS

Raquel Damali

As Saudações

Amáveis São

Agradáveis Sensações

Amanheceres Sonhadores


Amigáveis mensagens

Solares humores

Afetos conquistados

Sábios louvores


Aproveite com Saúde

Amizades Sodalícias

Amor Singelo

Alegrias Sinceras


Ano Sabático

Satisfeitas Ansiedades

Aniversário Sensacional

Sagaz "AirtonovasIdades"



(Prezado confrade @Airton Soares AS® ,  os trocadilhos humorísticos são sua praia, entretanto um singelo telegrama AS peço-lhe q aceite nesse seu natalício.)


Felizes Primaveras!

👏🥳🙏🎂

sexta-feira, julho 04, 2025

30 SILONILDES - Ode à minha Terra Querida

30 06 2025




SILONILDES MESQUITA

 Ode à Minha Terra Querida


Ipu, terra amada, berço de memórias,  

Teus campos verdes, Cascata radiante,  

Nos braços da serra, em mil histórias,  

Teu coração pulsa, vibrante e constante.


As correntezas do ipuçaba dançam em seu leito,  

Refletem o céu, em tons de esperança,  

Teus habitantes, em cada conceito,  

Cultivam a vida com amor e confiança.


O sol se despede em seu manto dourado,  

E as estrelas surgem, testemunhas fiéis,  

Do riso das crianças, do amor compartilhado,  

No ar, a canção dos pássaros é um véu.


Ipu, oh minha terra, de beleza infinita,  

Teus aromas e sons são meu doce abrigo,  

Em cada esquina, uma história bendita,  

Teu legado é forte, é amor, é amigo.


Que eu possa sempre voltar aos teus seios,  

Respirar o perfume da flor que desponta,  

E viver os teus sonhos, meus eternos anseios,  

Oh terra querida, minha alma te abraça!

Silonildes Mesquita 

Ipu, 30/06/2025

04 ABÍLIO recordando - 1º ENCONTRO DA AFAI

 04 07 2025

FOTOS ANTES







                                    FOTOS DEPOIS








ABÍLIO MARTINS

Enfim, a Igrejinha

O relógio marcava, aproximadamente, uma hora da manhã.  Já era domingo de um janeiro de 2003.  Na pracinha do Quadro, transcorria, festivamente, o primeiro reencontro oficial da recém-criada Associação dos Filhos e Amigos de Ipu – AFAI.

Capitaneado pelo Prof. Francisco Melo, presidente, à época, da entidade, e mais dois ou três seguidores, dentre eles, este escriba, nos dirigimos ao sino da Igrejinha que já se encontrava conectado a uma corda, e passamos, intercaladamente, a badalar aquele velho bronze.

Para uns, um ato de molecagem; para outros, brincadeira, tão somente. Mas, para nós foi um ato de rebeldia com o objetivo de alertar as autoridades constituídas, civis ou eclesiásticas, de que algo teria que ser feito em benefício daquele pequeno santuário, palco primeiro das cerimônias religiosas da nossa cidade.

Após meses, e, visando tornar realidade aquele pleito, bem como a reforma da Estação Ferroviária, ambas bandeiras da AFAI, o presidente da AFAI – Abílio Lourenço Martins visitou o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – IPHAN, objetivando mostrar ao seu superintendente, Dr. Romeu Duarte, a realidade daqueles dois prédios históricos.  

Comovido, o diretor daquele Órgão elogiou e acolheu o pleito da AFAI, solicitando, para fortalecer o pedido, a parceria da Prefeitura Municipal do Ipu, através de um documento oficial.

No mês seguinte, a AFAI retornava àquele órgão em companhia da Senhora Assunção Carlos, assessora municipal da prefeita Antônia Carlos, para fazer a entrega oficial do documento solicitado. 

Porém, dias e meses se passaram sem que quase nada de concreto fosse realizado.   Os entraves burocráticos, tão presentes na administração pública, não permitiam o desfecho daquele pleito.

Veio a gestão municipal seguinte. Prefeita, a Senhora Maria do Socorro.  

A AFAI retoma o diálogo com o IPHAN e convida o seu superintendente e equipe para conhecerem, “in loco”, a situação precária e de abandono em que se encontram a Igrejinha e a Estação Ferroviária. 

Atendendo ao pleito da AFAI, o IPHAN, por duas vezes visitou o Ipu e conheceu o estado deplorável daqueles dois imóveis, bem como aproveitou a oportunidade para fazer um levantamento do sítio histórico da centenária cidade.  

Em ambas as ocasiões, reuniões coordenadas pela AFAI foram realizadas na cidade com a participação do representante do IPHAN – arquiteto Veloso, moradores da cidade, da família do Monsenhor Gonçalo, da prefeitura, representada pelo Secretário de Obras, Cel Martins (Fanico), representante da Paróquia, Nazareno, e, pela AFAI, o seu presidente, Abílio.

Infelizmente, dias e meses se passaram sem que nada de concreto fosse realizado. Os motivos eram os mesmos: entraves burocráticos, ausência de recursos, outras prioridades, etc.

A AFAI, porém, nunca desistiu.  No ano de 2008 mais uma reunião foi realizada na sede do IPHAN.  Desta feita, com a presença do representante municipal, na Assembleia Legislativa, o Deputado Sávio Pontes.

Mas, como sempre, ficava a União, o Estado e o município empurrando o problema com esperançosas, mas cansativas e repetitivas promessas. 

Finalmente, só no ano de 2011, na gestão do prefeito Sávio Pontes, logramos êxito.  Deram-se as mãos:  A Secretaria de Cultura do Estado, a Prefeitura Municipal, a AFAI, na gestão do presidente Augusto Henrique Pereira Pontes e o povo, com as suas apropriadas e incansáveis cobranças. 

O certo é que no dia 13 de maio de 2012, numa noite auspiciosa e tão esperada, o povo pôde compartilhar com as autoridades presentes, a concretização da tão sonhada reivindicação.

Entretanto, é imperioso acrescentar que, dentre os presentes naquela solenidade, os mais ansiosos e felizes eram, sem dúvida, o atual e os ex-presidentes da AFAI que, nas primeiras fileiras, assistiam emocionados a vitória daquela batalha. 

A emoção era latente, principalmente quando ouvimos soar o velho sino por tantos anos adormecido, agora revigorado e feliz, convocando os fiéis para a missa de reinauguração da Capela de Nossa Senhora do Desterro, a nossa velha e querida Igrejinha.

Abílio, 19 mai 2012.

04 ABÍLIO - Eles fizeram história

 04 07 2025

Abílio Martins



04 LOURDES - Eles fizeram história - Abílio

 04 07 2025



LOURDES MOZART

Mãe Ruiva, fez o parto da minha mãe qdo eu nasci e de todos os meus irmãos. Faz parte da vida de muitos ipuenses.

04 PAULO RONALTH - VIDA É VELA

 04 07 2025


PAULO RONALTH

Vida é Vela


vida

é mar

vento triste

vento feliz

tudo empurra


pensamento

ilha que boia

no mapa da mente


quem não navega

vira cais


quem não rema

vira âncora


quem não sente

vira pedra


no fim

se o sorriso

for maior que o sal

valeu o temporal


Ronalth

quinta-feira, julho 03, 2025

03 AS Querida, você é virgem?

 03 07 2025




ⁿᵒᵗ𝐀𝐒 ✍️ 

.          qui

Ao reproduzir esta charge, pesou-me mais a postura de colecionador.

.

Não percebi muito atrativo no texto. No entanto, a palavra virgem terá uma serventia histórica. Nada mais do que isto.

.

Na medida do possível, comento os textos que publico. O intuito é exercitar minha mente. 

Chega, sinto que já começo a encher linguiça e você que me visita não merece e tampouco dispõe de tempo pra ler certas coisas.

.

Portanto, concentre-se na charge. Releve o que escrevi. Sabe-se lá... de repente você descobre significados [na charge] que comumente não se enxerga a olho nu.

.

Não era minha intenção, mas - por bem ou por mal - nasceu uma crônica. Eis o encanto de quem gosta de escrever.

......... AS

03 07 25

03 AS- disse Onário - Zanzar

 03 07 2025

o

disse 𝐎𝐍𝐀́𝐑𝐈𝐎 🔠 ⁰⁹
. ᵃˢ® qui
ZANZAR
.
Zanzando por aí, Zambelli,
Tramando golpe virtual
O governo sente na pele
Pelas costas, fino punhal,
Banhado de ódio, anuncia
Esfolar a democracia
Da forma mais canibal!
:: AS
.
Do Italiano ZANZARA, “mosquito”, onomatopaico, e que expressa o voo incerto desse inseto.
Andar ao acaso, sem destino certo ou de um lado para outro como que estonteado.
"zanzava pelo jardim e pensava na vida"
03 07 25



quarta-feira, julho 02, 2025

02 RAQUEL - Uma despedida

   02 07 2025







RAQUEL DAMALI

UMA DESPEDIDA
Hoje, um pouco antes das 18h, estava caminhando na rua e olhei pro céu. Estava um pouco mais fechado, com nuvens carregadas para despencar água da chuva, em alguma localidade próxima, além de mais escuro, anoitecendo. Apesar dessa configuração, havia no poente do horizonte uma nuvem branquinha, sem está carregada para chover e, logo acima dessa nuvem, uma réstia de céu iluminado, pelos raios de sol que se despediam desse dia.

Olhei para aquele fresta de abóboda iluminada no céu e pensei, em um átimo de segundos, que aquela representação, metaforicamente, seria a entrada da eternidade.

Espantei o pensamento. Segui meu caminho.
Ao chegar em casa, sei da notícia do falecimento do meu querido tio materno, Gonçalo Tadeu. O tio Dêta (Piôi p/alguns), faleceu... tenho certeza que, naquele momento da nuvem iluminada no céu, foi sua despedida dessa vida.

É tio Dêta, como dizem, ficam as boas lembranças em nossos corações.
Sempre lembrarei de sua forma de tratamento: "é meu fi..."; sua voz grave; seu olhar diagonal, às vezes com a cabeça baixa; seu boné; seu caminhar carregando a bolsa da SUCAM (qdo vc trabalhava e eu, morando por aí, o encontrava, rapidamente, passando pelas ruas do Ipu).
Minha mãe, muito ligada a você, inclusive elegendo sua residência como um dos passeios preferidos dela, às vezes relatava seu jeito acolhedor e agregador com os mais humildes e seu desprendimento. Também falava o quanto sua função, como funcionário de combate às endemias, lhe levava a muitos rincões e o quanto você se envolvia e fazia de tudo para amenizar algumas penúrias quando as encontrava nos lares dos mais necessitados.

Sei também do quanto minha mãe ficou feliz no dia do seu nascimento. A alegria pela expectativa e receio da espera mexeu muito com ela. Suas traquinagens, peraltices e inquietações talvez hoje fossem identificadas como comportamento de uma criança hiperativa. Se foi, não sei, da minha parte o que posso afirmar é o que pude perceber em minhas interações com você.

Um tio querido, gentil com @s sobrinh@s, piadista, de uma memória afetiva gigante... como foi legal nossas interações por ocasião da feitura do livro *Memórias de uma Família - os Melo Lima*... nele você registrou as recordações das canções da vovó Toinha, as brincadeiras de suas irmãs com as recomendações à Elvira; seu acidente no tacho quente de mel e a famosa sova do "piu"...

Em outro plano, talvez, você poderá brincar com a inexistência do tempo, reviver esses momentos, resignificar outros e reencontrar seus entes queridos e nossos familiares que, também, já estejam por lá.
Aconchegue Aurinha (sua "Santarréa" como vc chamava), abrace a vó e o vô, conte piadas com tia Corrinha e, se for possível, nos guiem por lá ou simplesmente, desfrutem da eternidade refazendo-se nesse universo.

Aos meus primos Petrônio, Delano, Paloma, à tia Fátima e aos net@s Ianara Lima, Isadora Lima e João Gabriel, meu abraço fraterno de solidariedade e meus sentimentos de sobrinha enlutada.
Grata tio, por ter nos acompanhado até aqui e conpartilhado um pouco da sua existência conosco.
Descanse em paz.

terça-feira, julho 01, 2025

01 MARCO AURÉLIO - Reflexão sobre o PERDÃO

 01 07 2025

Via Abílio Martins

Reflexão sobre o perdão
“Assim como a chuva lava a terra e a purifica, o ato de perdoar limpa nossos corações das amarguras passadas.

O perdão não é um sinal de fraqueza, mas sim uma manifestação de força interior e compreensão. Ao liberar o fardo do ressentimento, libertamos a nós mesmos do cativeiro emocional.

Cultivar a virtude do perdão é uma jornada para a paz interior e a elevação espiritual, permitindo que nossa alma respire livremente, como uma brisa suave após a tempestade.”
(Marco Aurélio)
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segunda-feira, junho 30, 2025

30 Dalinha Catunda SABORES DO MEU SERTÃO

30 06 2025

DALINHA CATUNDA

 Esse cordel é para quem gosta de comida nordestina.

Sabores do Meu Sertão
1
A musa peço que ative
Meu gosto meu paladar
Dos sabores do sertão
Tenho fome de falar
Sou poeta e cozinheira
Sou nordestina matreira
Meus versos sei temperar.
2
Nossa culinária é rica
E vem trazendo o aval
Do índio que praticava
O alimento natural
Do negro com seu encanto
Cozinhando para o santo
Ao sabor do ritual.
3
Nosso colonizador
De origem portuguesa
Implantou o seu cardápio
Recheado de riqueza
No alimento essa nação
Fez a miscigenação
Que deu certo com certeza.
4
Essa mistura de raça
Deu gosto a nossa comida
Gostosa bem temperada
Bem aceita ao ser servida
É na regionalidade
Que temos variedade
Quem já provou não duvida.
5
Trago na minha memória
O sabor da minha terra
O tempero de mamãe
Que a saudade desenterra
Aguço meu pensamento
Para cantar como alento
Um tema que não emperra.
6
Vou falar das Ipueiras
Vou falar do Ceará
Dos sabores que provei
Quando morava por lá
Das frutas e iguarias
Dos motivos de alegrias
Que o cordel suscitará.
7
Lá tem cabeça de galo
Que de galo nada tem
É um caldo bem gosto
Que sei fazer muito bem
É um desjejum ligeiro
Um caldo que só o cheiro
Faz o freguês ir além.
8
É o tal levanta defunto
O caldo da caridade
Feito na base do ovo
Coentro leva a vontade
Engrossado com farinha
Vai cebola e cebolinha
Revigora de verdade.
9
O cearense da gema
Não fica no ora, pois
Não falta em sua panela
Por nada o baião de dois
Que com queijo é temperado
Seja soltinho ou ligado
Ninguém deixa pra depois.
10
A galinha caipira
Com farofa ou com pirão
É comida de domingo
E acompanha o macarrão
No óleo e alho passado
Por cima queijo ralado
Não tem melhor refeição.
11
Tão simples tão saborosa
Destaca-se a malassada
Guloseima sertaneja
Que bem lembra uma fritada
O gosto é uma beleza
Ela cabe em qualquer mesa
Que seja ou não recheada.
12
Com feijão milho e toicinho
Com pé de porco e costela
E com linguiça das boas
Faz-se uma boa panela
Do famoso mungunzá
Comida melhor não há
Não tem quem não goste dela.
13
É feita com carne seca
A paçoca do sertão
E leva cebola roxa
Em sua preparação
E na carne bem torrada
Farinha é acrescentada
Depois pisa no pilão.
14
Comida pra todo gosto
No sertão é encontrada
Temos Maria Isabel
E a gostosa panelada
Feijão de corda e de moita
E pra gente mais afoita
Nós temos mesmo é buchada.
15
O cuscuz feito de milho
É servido em todo lar
Bem cedinho no café
Na hora de merendar
Com nata, café ou leite
Pão de milho é um deleite
No almoço e no jantar.
16
Com feijãozinho amassado
Já comi em meu sertão
Com carinho e com afeto
O famoso capitão
Que fazia minha tia
E a meninada aprendia
Comer ele com a mão.
17
Quem ainda não comeu
Precisa experimentar
A tapioca de goma
Gostosa, posso afirmar
Produto da mandioca
Essa nossa tapioca
Eu como sem me cansar.
18
Arroz de leite, arroz doce
Na minha vida singela
Comi de lamber os beiços
Borrifado com canela
E chegava até brigar
Somente para raspar
O pregado da panela.
19
Na safra do milho tem,
Milho cozido e assado
Tem angu de milho verde
Colhido em cada roçado
Tem pamonha, tem canjica
Mesa farta, mesa rica
Traz inverno abençoado.
20
O velho bolo manzape
Na folha da bananeira
A meninada comprava
Quando era dia de feira
Era um bolo singular
Nunca deixei de gostar
Na lembrança ainda cheira.
21
A feira eu também ia
Comprar caju e cajá
Pitomba vinda serra
Cajarana e cambucá
Na barraquinha eu parava
Caldo de cana eu tomava
Bons tempos no Ceará.
22
Sem doce não se passava
Para adoçar nossa vida
Além de doces em calda
Tinha alfenim e batida
Também tinha com fartura
Pra merendar rapadura
Sobremesa preferida
23
O doce que eu mais adoro
É doce de buriti
Tanto como em Ipueiras
Como aqui no Cariri
Numa bonita embalagem
Eu comprei numa viagem
Quando fui ao Piauí.
24
O gosto pelo pequi
Eu peguei mesmo no Crato
Com maxixe e macaxeira
Com quiabo é um bom prato
Eu como de repetir
Na casa de Josenir
Aonde tenho bom trato.
25
Pato, peru e capote
Encantam meu paladar
Com farofa de cuscuz
Não tem como recusar
Lá em casa no terreiro
Tinha um bom galinheiro
Para nos alimentar.
26
Jerimum e macaxeira
Batata doce cozida
Era o acompanhamento
Pra variar a comida
Para falar a verdade
Mesmo na simplicidade
Eu não passei mal na vida.
27
Um refresco diferente
Eu tomava em meu sertão
Nas velhas festas juninas
Nas fogueiras de São João
Igual a ele não há
É chamado de aluá
Tem gosto de tradição.
28
Puxando pela lembrança
Fica fácil recordar
A farinha de pipoca
Que eu chegava a me entalar
Rosca chamada “trucida.”
A palma nunca esquecida
Como é gostoso lembrar.
29
Não sai da recordação
O menino com seu grito
Vendendo pelas calçadas
Na tábua seu pirulito
Faz parte da minha história
Guardei na minha memória
O meu passado bonito.
30
Ainda de guloseimas
Palma, bulim, e cocada,
Tinha a bolacha fogosa
Pé de moleque e queijada
Peito de moça era um pão
O creme melava a mão
Eu não me esqueço por nada.
31
Eu jamais posso esquecer
Dos peixes que lá provei
Traíra e curimatã
Com elas me alimentei
Ova cozida ou assada
E piaba bem torrada
No sertão me empanturrei.
32
Fiquei com água na boca
Nessa viagem que fiz
Passeando em meu passado
Novamente fui feliz
Os sabores do sertão
Mexem com minha emoção
E eu saudosa peço bis.
Fim

29 PAULO RONALTH - A Vida Num Espera

 29 07 25 A Vida Num Espera A vida num espera, meu fio, num vá se enganar,   Pisca os óio e o tempo corre sem modo de frear.   Um dia é só r...