27abr25
ITANIRA SOARES
MEU IPU QUERIDO
Hoje quis ser Iracema.
Beber do mel, correr nas matas, atravessar os bosques, ouvir o juriti na mata, namorar na casa de pedra...
Hoje quis ser José de Alencar, de caneta, papel e imaginação em ação.
Hoje quis voltar ao passado e ir a novena nem tanto para rezar mas para as paquerinhas.
Rodar na praça de Iracema, ir até o pavilhão em busca de um olhar compenetrado, maroto ...
Ah passado que não passa!
Ah vida que não volta!
Estou lá e estou aqui.
No tempo e na vida.
No ontem e no hoje, sair do ontem e permanecer no hoje.
Desculpo-me por hoje ser um dia diferente.
Aquieto-me por ter Deus nos meus dias de contratempos. Na luta como beneficiária de uma paz que carrego dentro em mim. Inquilina da vida sempre em débito com o que não satisfaz os prazeres que a vida impõe.
Na busca do satisfazer ao Deus da minha crença, dialogo no silêncio e monologo com o pensamento.
Meu Ipu, minha terra, meu torrão natal.
Por onde eu for, banho de cachoeira é a minha predileção, a Bica do Ipu, o selo selado na história, a Iracema, índia guerreira dos lábios de mel, do livro de José de Alencar registrado na literatura nacional.
Somos parte dessa história, abraçados por esse paredão de pedras que orla nossos olhos, nessa metragem que a fita métrica da minha imaginação se perde a cada metro e escuta vozes indígenas em admiração contínua da lenda histórica exclamativa: Hi!!! Pu!!!
I P U!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário