AILCA

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segunda-feira, agosto 18, 2025

18 PAULO RONALTH Silêncio por Gaza

 18 08 25

Silêncio por Gaza


Não há sinal.

Não há som.

Não há mundo.

Há ruínas.


Caminho entre escombros como quem procura

um resto de voz,

um fiapo de rede,

um sopro de humanidade.


Não é fuga.

É testemunho.

Porque morrer sem ser ouvido

é morrer duas vezes.


Gaza está muda.

Mas não é silêncio,

é sufocamento.

É o grito que não atravessa o cabo cortado.


As bombas não cessam.

Bombardeiam a fome.

Bombardeiam o gesto.

Bombardeiam o tempo de esperar.


E os que esperam?

morrem.

E os que correm?

morrem.

E os que falam?

são calados.


A internet era o último suspiro.

Não era luxo.

Era prova.

Era sangue digital correndo por fios.


Agora, na escuridão,

massacram sem consequência.

Sem imagem.

Sem eco.


Mas eu,

com um sinal fraco,

como um moribundo que encontra uma chama,

envio esta mensagem.


Não para ser salvo.

Mas para dizer:

estamos vivos.


E se você lê,

lembre-se:

caminhamos pelo fogo para nos manifestar.

Não ficamos em silêncio.

Fomos silenciados.


Às 21h, desligue.

Desligue tudo.

Por trinta minutos,

faça do seu silêncio um grito.


Porque o silêncio também é resistência.

Porque o silêncio também é memória.

Porque o silêncio também é Gaza.


Ronalth

domingo, agosto 17, 2025

17 PAULO RONALTH - A Arte de Envelhecer

 A Arte de Envelhecer

17 08 25


Envelhecer não é para os fracos,

mas tampouco é para os apressados.

É preciso ter tempo,

tempo de sobra para perder os medos,

para esquecer os nomes que não importam,

e lembrar os rostos que ficaram.


O espelho já não mente,

mas também já não fere.

Ele apenas sussurra:

“Veja, você ainda está aqui.”

E isso, meu caro, já é um milagre.


A juventude partiu com seus saltos altos,

com suas urgências e suas vaidades.

Mas deixou, como quem esquece um casaco,

um pouco de esperança no cabide da alma.


Agora, os passos são mais lentos,

mas não tropeçam mais em ilusões.

O adeus já não dói,

é só uma vírgula no poema da vida.


Envelhecer é como escrever com lápis macio:

a letra falha, mas o sentido é mais bonito.

É descobrir que a beleza nunca foi o rosto,

mas o riso que ficou depois da lágrima.


E no fim, quando tudo parece silêncio,

há uma música suave no coração:

a melodia das histórias que ninguém viu,

mas que você viveu,

e isso, sim, é eternidade.



Ronalth

16 PAULO RONALTH - Vergonha nos Bastidores

 16 08 25

Vergonha nos Bastidores 


No campo verde onde o sonho se anuncia,

Ecoa um grito de dor e amargura.

Nosso mestre sofreu traço de covardia,

No cerne do clube, despediu-se na tortura.

“Se eu fosse o Paz”, confesso a agonia,

“Nem teria coragem de enfrentar a loucura”.


E se fosse o Vojvoda em seu banco a reinar,

Nem Marinho, Deyverson ou Diogo Barbosa quis enfrentar.

Sem voz para denunciar o que viu a conspirar,

Escondeu a coragem, não ousou sequer falar.

De volta ao gramado não ousaria pisar,

Tropeçava na dúvida, sem vontade de lutar.


Sob o rumor denso desce a névoa do segredo,

Sussurra-se que houve acordo na calada.

Um trato escondido, oculto ao nosso enredo,

Entre paredes frias foi selada a jornada.

Fica o torcedor sem conhecer o enredo,

Preso à desilusão dessa história calada.


Vergonhosa manobra, ato de ingratidão,

Fizeram com ele o que honra não aceita.

Nosso melhor treinador caiu em contradição,

Roubada a confiança, restou a meta desfeita.

Que a lembrança viva sua fiel atuação,

E faça tremer quem a dignidade não respeita.


Que a justiça retorne em luz e proclamação,

Restituindo ao clube o calor de seu abrigo.

Que o mestre regresse em justa redenção,

E traga de volta o sorriso antigo.

Torcedor valente, ergue o grito e a canção,

Para que o sentimento supere o castigo.


Ronalth

16 Reunião AILCA

 16 08 25

Reunião AILCA - Fortaleza

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terça-feira, agosto 12, 2025

12 PAULO RONALTH - Quando o Amor Chega

 12 08 25

Quando o Amor Chega

O amor não bate à porta,

ele entra pela janela,

desarruma os móveis da alma

e planta flores onde havia cautela.

Vem com asas suaves,

mas traz espinhos escondidos.

Faz do peito um jardim,

e às vezes, um campo de feridos.

Não pede licença,

não segue roteiro.

O amor é um pássaro sem mapa,

voando entre o céu e o travesseiro.

Ele coroa com luz,

mas também crucifica.

Nos leva ao alto dos sonhos

e à raiz que se explica.

Nos debulha como trigo,

nos peneira com paciência,

nos molda com ternura,

nos leva ao fogo da essência.

E quando pensamos que é só alegria,

ele nos ensina a dor que purifica.

Mas quem ama de verdade

sabe que até a lágrima edifica.

O amor não quer posse,

nem quer ser possuído.

Ele é inteiro, é livre,

é um mistério vivido.

Não digas: “Deus está no meu coração”,

mas sim: “Eu estou no coração de Deus.”

Pois o amor, se digno te achar,

te levará por caminhos seus.

E se desejares algo do amor,

que seja cantar como um riacho,

sentir a dor com alegria,

e dormir com um verso no cacho.

Ronalth

sábado, agosto 09, 2025

09 PAULO RONALTH - Tempo de Vozes Vazias

 09 08 25

Tempo de Vozes Vazias


Estamos no tempo

em que as palavras se vestem de outras,

como máscaras em baile sem música.


Ditadura se chama democracia,

censura vira proteção,

e o progresso?

ah, o progresso,

é só uma coleira mais brilhante.


As identidades,

antes abrigo,

viraram trincheiras.

E o debate?

Campo minado,

onde cada passo é explosão

e cada silêncio, suspeita.


Aqui e alhures,

ninguém pergunta mais:

“Quem fala?”

“Por quem?”

“Com que direito?”


A voz perdeu o rosto.

O rosto, a história.

E a história,

o sentido.


Resta o eco,

vago,

de uma pergunta esquecida

num tempo que já não escuta.


Ronalth 

Agosto 2025

09 MOURÃO - A sentinela de um poeta

 09 08 25

Mourão

A sentinela de um poeta


silêncio.

um sino trêmulo treme, toca;

a tristeza saltita

palpita e grita no peito de alguém 

desconhecido e só no velório de mim;

um breve sopro de brisa balança 

as folhas que sobram dos telhados;

uma gota d'água despenca de uma folha que voou;

a torre da igreja se esconde dos prédios;

não se sabia de onde vinham as batidas 

agora dispersas...

o sino palpita, gemendo de dor e pena de mim.

enfim, o velho caixão, ainda aberto, 

fecha-se sobre mim...

antes, uma lágrima estranha me molha os lábios;

atrevidamente espera um aperto ao menos de dor...

calam-se os sinos, cerram-se os lábios...

a cova fechou...

há pena de mim; em mim há glória.

minha glória será assim? (Valdemir Mourão. Ceia Literária 5. O lago das vozes).

sexta-feira, agosto 08, 2025

08 LUCILA AIRES - Coral Harmonia - 20 anos

 08 08 25

Lucila Aires

Quero registrar aqui um momento especial na Comemoração dos 20 Anos do Coral Harmonia!

Um sonho tecido por vozes que se uniram não apenas para cantar, mas para emocionar, encantar e transformar vidas. 

Duas décadas de história!


Ao longo desses anos, atravessamos palcos, Igrejas, teatros, praças e corações.


Somos MEDALHA DE OURO!


O Coral Harmonia não para nas Estações, o seu trem passa deixando brilho, emocionando e encantando nas suas apresentações.

Que venham muitos outros anos de alegria e harmonia.

Porque onde há canto, há vida. E onde há o Coral Harmonia há emoção!


Parabéns para nós.


E como tudo começou com um Grupo de Amigos Ipuenses tendo a frente o Abílio na época da AFAI, e eu continuei como Coral Independente, e sou Coordenadora até hoje tendo Gonzaga como Regente durante todo este tempo.

E tínhamos que homenagear o IPU com seu "Hino".

Porque de Ipuenses no Coral somos só três. Célida Bezerra, Fransquinha Bezerra e eu.

::::




Augusto Pontes

Parabéns ao coral Harmonia, especialmente, a Coordenadora @Lucila Aires, eu sou testemunha do seu esforço e dedicação em prol do coral, que tem muita coisa boa pra mostrar .

quarta-feira, agosto 06, 2025

06 GUTO PONTES - Centenário de Dona Raimundinha

 25 08-06

AUGUSTO PONTES

No sertão do meu querido IPU tão abençoado,

Vive uma alma preciosa

Com seu riso iluminado.

É a dona Raimundinha,

Um tesouro consagrado.


Lá no canto Escondido,

Mas jamais esquecida,

Floresceu como um milagre nessa longa e bela vida.

Cem janeiros já passaram,

E ela segue tão querida.


São cem anos de coragem, de memória e tradição,

de café com broa quente,

de afeto e oração.

Cem verões e mil outonos

Com ternura no coração.


Testemunha dos caminhos

De um tempo que já se foi,

De uma vida simples, firme,

Que o progresso não destrói.

É raiz, é flor, é riso —

É saudade que constrói.


Dona do olhar sereno,

De uma fala sem rancor,

Já viveu chuva e bonança,

Já sentiu pranto e amor.

Mas a fé foi sua ponte

E seu brilho encantador.


Parabéns, Raimundinha,

Por teu século encantado!

Que as bênçãos da Mãe Divina

sigam firme ao teu lado.

E que os anjos celebrem

Com louvor abençoado.


No Escondido, tua história

É bandeira a tremular.

Exemplo de quem semeia

O bem sem se exaltar.

Cem anos de luz e força 

Que venham mais pra contar!


terça-feira, agosto 05, 2025

05 PAULO RONALTH Paradoxo Humano

 Paradoxo Humano


Desejamos o que ainda não temos,  

como quem vê estrelas e quer tocá-las.  

Mas o brilho, quando alcançado,  

se esconde nas sombras das salas.


A ânsia é música que embala os dias,  

um ritmo que sonha sem cessar.  

Depois vem o tédio, feito neblina,  

desfazendo o encanto de realizar.


Somos filhos do sempre além,  

olhos fixos no que há de vir.  

Esquecemos que o instante também  

tem silêncio que pode florir.


O problema não é o caminho,  

nem o que falta nas mãos do agora.  

É crer que a alegria mora no destino,  

e não no passo que se faz sem demora.


A plenitude não tem morada,  

não se veste de ouro ou de fim.  

Ela vive entre o querer e o nada,  

como brisa que dança dentro de mim.


Aprender a caminhar sem ter  

como quem colhe sem possuir,

essa é a arte de entender  

que viver é também sentir.


Ronalth

domingo, agosto 03, 2025

02 ELEIÇÕESAILCA

 02 08 25

eleições AILCA neo acadêmicos


ELEIÇÃO NA ACADEMIA IPUENSE DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES ESCOLHE NOVOS IMORTAIS PARA QUATRO CADEIRAS

Ipu (CE), 2 de agosto de 2025 — A Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes (AILCA) realizou, neste sábado (2), o processo eleitoral destinado ao preenchimento de quatro cadeiras acadêmicas: as de números 02, 04, 10 e 15. O pleito transcorreu de forma tranquila nas dependências da instituição, reunindo os acadêmicos titulares em pleno gozo de seus direitos estatutários para a votação.

Após a apuração dos votos, foram eleitos os seguintes novos membros:

Cadeira 02 – Sandra Maria Mourão Farias, com 20 votos;
Cadeira 04 – Kleber Torres Marinho, com 33 votos;
Cadeira 10 – Dr. Rogean Rodrigues Nunes, com 28 votos;
Cadeira 15 – Francisco Glauter Aragão Soares, com 31 votos.

Os eleitos passarão a compor o quadro permanente da AILCA, contribuindo com suas trajetórias pessoais, acadêmicas e culturais para o fortalecimento da vida intelectual e artística do município de Ipu. A posse oficial dos novos acadêmicos deverá ser marcada em cerimônia solene, conforme calendário a ser divulgado pela diretoria da instituição.

A Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes reafirma, com este processo democrático e transparente, o seu compromisso com a promoção da cultura, da ciência e das artes no cenário local.
Foto do perfil de mariasilonildede
Tudo realizado com muita ética e transparência!


18 PAULO RONALTH Silêncio por Gaza

 18 08 25 Silêncio por Gaza Não há sinal. Não há som. Não há mundo. Há ruínas. Caminho entre escombros como quem procura um resto de voz, um...