AILCA

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sábado, agosto 09, 2025

09 MOURÃO - A sentinela de um poeta

 09 08 25

Mourão

A sentinela de um poeta


silêncio.

um sino trêmulo treme, toca;

a tristeza saltita

palpita e grita no peito de alguém 

desconhecido e só no velório de mim;

um breve sopro de brisa balança 

as folhas que sobram dos telhados;

uma gota d'água despenca de uma folha que voou;

a torre da igreja se esconde dos prédios;

não se sabia de onde vinham as batidas 

agora dispersas...

o sino palpita, gemendo de dor e pena de mim.

enfim, o velho caixão, ainda aberto, 

fecha-se sobre mim...

antes, uma lágrima estranha me molha os lábios;

atrevidamente espera um aperto ao menos de dor...

calam-se os sinos, cerram-se os lábios...

a cova fechou...

há pena de mim; em mim há glória.

minha glória será assim? (Valdemir Mourão. Ceia Literária 5. O lago das vozes).

sexta-feira, agosto 08, 2025

08 LUCILA AIRES - Coral Harmonia - 20 anos

 08 08 25

Lucila Aires

Quero registrar aqui um momento especial na Comemoração dos 20 Anos do Coral Harmonia!

Um sonho tecido por vozes que se uniram não apenas para cantar, mas para emocionar, encantar e transformar vidas. 

Duas décadas de história!


Ao longo desses anos, atravessamos palcos, Igrejas, teatros, praças e corações.


Somos MEDALHA DE OURO!


O Coral Harmonia não para nas Estações, o seu trem passa deixando brilho, emocionando e encantando nas suas apresentações.

Que venham muitos outros anos de alegria e harmonia.

Porque onde há canto, há vida. E onde há o Coral Harmonia há emoção!


Parabéns para nós.


E como tudo começou com um Grupo de Amigos Ipuenses tendo a frente o Abílio na época da AFAI, e eu continuei como Coral Independente, e sou Coordenadora até hoje tendo Gonzaga como Regente durante todo este tempo.

E tínhamos que homenagear o IPU com seu "Hino".

Porque de Ipuenses no Coral somos só três. Célida Bezerra, Fransquinha Bezerra e eu.

::::




Augusto Pontes

Parabéns ao coral Harmonia, especialmente, a Coordenadora @Lucila Aires, eu sou testemunha do seu esforço e dedicação em prol do coral, que tem muita coisa boa pra mostrar .

quarta-feira, agosto 06, 2025

06 GUTO PONTES - Centenário de Dona Raimundinha

 25 08-06

AUGUSTO PONTES

No sertão do meu querido IPU tão abençoado,

Vive uma alma preciosa

Com seu riso iluminado.

É a dona Raimundinha,

Um tesouro consagrado.


Lá no canto Escondido,

Mas jamais esquecida,

Floresceu como um milagre nessa longa e bela vida.

Cem janeiros já passaram,

E ela segue tão querida.


São cem anos de coragem, de memória e tradição,

de café com broa quente,

de afeto e oração.

Cem verões e mil outonos

Com ternura no coração.


Testemunha dos caminhos

De um tempo que já se foi,

De uma vida simples, firme,

Que o progresso não destrói.

É raiz, é flor, é riso —

É saudade que constrói.


Dona do olhar sereno,

De uma fala sem rancor,

Já viveu chuva e bonança,

Já sentiu pranto e amor.

Mas a fé foi sua ponte

E seu brilho encantador.


Parabéns, Raimundinha,

Por teu século encantado!

Que as bênçãos da Mãe Divina

sigam firme ao teu lado.

E que os anjos celebrem

Com louvor abençoado.


No Escondido, tua história

É bandeira a tremular.

Exemplo de quem semeia

O bem sem se exaltar.

Cem anos de luz e força 

Que venham mais pra contar!


terça-feira, agosto 05, 2025

05 PAULO RONALTH Paradoxo Humano

 Paradoxo Humano


Desejamos o que ainda não temos,  

como quem vê estrelas e quer tocá-las.  

Mas o brilho, quando alcançado,  

se esconde nas sombras das salas.


A ânsia é música que embala os dias,  

um ritmo que sonha sem cessar.  

Depois vem o tédio, feito neblina,  

desfazendo o encanto de realizar.


Somos filhos do sempre além,  

olhos fixos no que há de vir.  

Esquecemos que o instante também  

tem silêncio que pode florir.


O problema não é o caminho,  

nem o que falta nas mãos do agora.  

É crer que a alegria mora no destino,  

e não no passo que se faz sem demora.


A plenitude não tem morada,  

não se veste de ouro ou de fim.  

Ela vive entre o querer e o nada,  

como brisa que dança dentro de mim.


Aprender a caminhar sem ter  

como quem colhe sem possuir,

essa é a arte de entender  

que viver é também sentir.


Ronalth

domingo, agosto 03, 2025

02 ELEIÇÕESAILCA

 02 08 25

eleições AILCA neo acadêmicos


ELEIÇÃO NA ACADEMIA IPUENSE DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES ESCOLHE NOVOS IMORTAIS PARA QUATRO CADEIRAS

Ipu (CE), 2 de agosto de 2025 — A Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes (AILCA) realizou, neste sábado (2), o processo eleitoral destinado ao preenchimento de quatro cadeiras acadêmicas: as de números 02, 04, 10 e 15. O pleito transcorreu de forma tranquila nas dependências da instituição, reunindo os acadêmicos titulares em pleno gozo de seus direitos estatutários para a votação.

Após a apuração dos votos, foram eleitos os seguintes novos membros:

Cadeira 02 – Sandra Maria Mourão Farias, com 20 votos;
Cadeira 04 – Kleber Torres Marinho, com 33 votos;
Cadeira 10 – Dr. Rogean Rodrigues Nunes, com 28 votos;
Cadeira 15 – Francisco Glauter Aragão Soares, com 31 votos.

Os eleitos passarão a compor o quadro permanente da AILCA, contribuindo com suas trajetórias pessoais, acadêmicas e culturais para o fortalecimento da vida intelectual e artística do município de Ipu. A posse oficial dos novos acadêmicos deverá ser marcada em cerimônia solene, conforme calendário a ser divulgado pela diretoria da instituição.

A Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes reafirma, com este processo democrático e transparente, o seu compromisso com a promoção da cultura, da ciência e das artes no cenário local.
Foto do perfil de mariasilonildede
Tudo realizado com muita ética e transparência!


quinta-feira, julho 31, 2025

31 PAULO RONALTH - Um Punho Cerrado

 31 07 25

Um Punho Cerrado
Ah, pátria amada, ultrajada e vendida!
Sinto em minh'alma a dor de tua lida!
Um punho cerrado, em verde e amarelo tinto,
Clama em silêncio o pranto que sinto!
Nega o chão materno que te viu brotar?
Cospe no berço, ousando profanar
O lar que outrora te acolheu, dormente,
E torce, insano, por seu derrocamento?
Esquece o sangue que corre em tua veia,
A raiz profunda que a história semeia?
Vende a alma mísera por brilho falaz,
Trocando a verdade por um vago talvez?
Ó coração sem pátria, alma perdida!
Na luta infame, a sanha desmedida,
Quem contra a terra natal o punhal levanta,
Já perdeu a essência, a alma que encanta!
Ronalth

terça-feira, julho 29, 2025

29 PAULO RONALTH - A Vida Num Espera

 29 07 25

A Vida Num Espera


A vida num espera, meu fio, num vá se enganar,  

Pisca os óio e o tempo corre sem modo de frear.  

Um dia é só risadinha, é roda na calçada,  

Noutro, é pranto escondido e conta empilhada.


Crescer tem sua beleza, mas o peso é sem igual,  

Vai juntando saudade e lembrança sentimental.  

As palavra que num diz, as memória que arde,  

É tudo mistura braba de saudade com vontade.


Vivê na pressa, sem vê o que tá por perto,  

Querendo mostrá que é grande, mas o coração tá deserto.  

Esquece do café risonho, do abraço apertado,  

Das mão que acolhe firme quando o mundo tá pesado.


Num se perca, meu amigo, querendo tudo alcançar,  

O que vale é o essencial, é o amor no olhar.  

É o afeto, a gratidão, a presença no presente,  

Que faz a vida rimá no verso mais comovente.


Porque no fim das jornada, o que fica é só um bucadim:  

Os momento que fez o peito suspirá bem devagarim.


Ronalth

domingo, julho 27, 2025

27 Paulo Ronalth - Lucidez dá Trabalho

 Lucidez dá Trabalho


ser louco demais

é fácil.

difícil é ser lúcido

num mundo doente em série.


quem procura psiquiatra

não é fraco nem surtado,

é quem entendeu

que viver exige manual atualizado.


tem gente que joga trauma

como quem joga futebol:

“não preciso de ajuda!”

e marca gol contra, sem dó.


não estar “grave”

não é desculpa pra escapar,

é só o começo da trilha

que leva à dor sem lugar.


psiquiatria é farol,

psicoterapia é janela,

pra quem quer cuidar da mente

como quem cuida da aquarela.


melhor tratar o começo

do que remediar o fim,

melhor pensar na saúde

do que virar figurinha de estereotipim.


lúcido é quem assume

que viver mexe com tudo.

e a medicina, ora vejam,

também serve pra prevenir o absurdo.


Ronalth 

Julho2025

sábado, julho 26, 2025

26 KLEBER TORRES - VO VÔ BOBÃO

 26 07 25

 VOVÔ BOBÃO


Na minha fase de neto

Fui um previlegiado

Fui amado desde feto

Até certo ponto, mimado

Hoje, na condição de avô

Experimento desse amor

Que recebi na infância 

Sem saber como expressar 

Começo a me comportar

Tal qual eu era criança 


     Kleber Torres

      26/07/2025

 

26 PAULO RONALTH Luzes da Ribalta

 Luzes da Ribalta


Ensina-me a morrer, disse o poeta errante,  

Com olhos de riso e alma de criança,  

Ela, flor de abril, com voz amante,  

Respondeu: serás jovem na esperança.


Trinta anos de tempo não separam  

Dois corações que dançam na ternura,  

O amor, quando é real, não se repara,  

É chama que não teme a noite escura.


Oito frutos brotaram desse enlace,  

E a vida se fez doce até o fim,  

Holofotes brilharam em cada face,  


 A luz dela, no crepúsculo sem fim.

Quem ama não se esconde, não se ausenta,  

É sol que nasce mesmo em tarde cinzenta.


Ronalth 

Julho2025


Homenagem a Charles Chaplin e Oona, história de amor possível!

segunda-feira, julho 21, 2025

21 PAULO RONALTH - Deixa

Paulo Ronalth

DEIXA

deixa ir

quem já foi

sem drama

sem dó

sem depois


gente é tipo estação

passa

fica um pouco

e passa mais


não é sobre perder

é sobre caber

no tempo certo

no espaço exato

no coração aberto


segurar o que parte

é arte

que não vale o quadro


memória não é prisão

é jardim

onde o que foi

floresce

sem precisar voltar


então deixa

deixa ir

deixa vir

deixa ser

o que tiver que doer

vai doer

mas vai sumir


e o que fica?

você

inteiro

sem metade

sem talvez

sem ninguém que não quis

ficar


Ronalth

21 PAULO RONALTH - seres Estranhos

21 07 2025

Seres Estranhos

PAULO RONALTH

Eles falam da morte com olhos serenos,  

Como quem conta estrelas em noite sem sono,  

E vão, entre cortes e suspiros pequenos,  

Tecendo a esperança onde o corpo é abandono.  


Com mãos que aprendem a conter o abismo,  

E a calar a dor que não se pode dizer,  

Guardam no peito um silêncio heroísmo  

Enquanto salvam sem tempo de sofrer.  


Voltam pra casa com a alma partida,  

E mesmo assim, são abrigo e ternura,  

Servem o jantar, fingem vida vivida,  

Mas ainda ouvem o eco da sala escura.  


Chamam isso frieza. Mas não! É ardência,  

É resistir ao que consome e desmantela,  

É vestir coragem onde há impotência,  

E amar, sem deixar que a dor se revele bela.  


São estranhos, sim, mas de uma beleza oculta,  

Que enfrenta o fim para oferecer início.  

Com o coração em silêncio, a alma tumulta,  

Mas seguem firmes, num infinito sacrifício.


Ronalth

11 PAULO RONALTH - A Constituição Observa

 A Constituição Observa I Acordei com o país na garganta e um ministro na televisão a toga tremia no verbo mas não tremia na mão II Fux joga...