23 06 2025
Ninguém nunca vai saber.
Que existimos.
Que pisamos as ruas com os pés descalços de pressa e sonho.
Que dançamos — sim, dançamos — com alegria desmedida sob a chuva das cidades que não nos viram.
Que fitamos o mar pela moldura fugaz da janela de um trem.
Que respiramos o silêncio suspenso no ar de uma cafeteria qualquer,
como se o mundo coubesse entre goles de espera.
Ninguém nunca vai saber.
Que estivemos ali.
De pé, no terraço da vida,
aguardando os outros chegarem,
com os olhos cheios de mundo e as mãos cheias de nada.
E mesmo assim,
nós vivemos.
— Nino Pedretti, “Ninguém Vai saber"
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