Você já foi chamado para reuniões "importantíssimas" em que percebeu, após o fim da reunião, que tudo poderia ter sido resolvido em um simples e-mail?
Eu também. E com uma frequência que chega a parecer algum tipo de pegadinha dos Deuses corporativos.
Ao telefone o gerente de “gestão humana de gente e pessoas” é categórico comigo:
“-Não dá pra eu te enviar por email. Precisamos alinhar com toda a diretoria. Você tem que estar presente.”
Pronto. Essa é a senha para uma reunião em que o assunto resume-se a uma folha de papel(e que será enviada por email depois)
Ok. Se o que escuto é inevitável, então relaxa e goza*. Aproveito estes momentos em que o que está sendo falado é o menos importante, para ouvir tudo aquilo que não está sendo dito.
Qual a relação hierarquica paralela. Qual diretor tem mais influência no grupo, qual dos assuntos é mais delicado, qual pessoa é mais contemporizadora e qual a mais inflamada, como são as relações entre eles e, talvez o mais importante, o que eles realmente querem comunicar aos seus funcionários.
Torna-se quase um jogo de adivinhação muito divertido, pelo menos para mim, em que percebo as nuances e dinâmicas que se estabelecem naquele determinado grupo e, desta forma, entendo suas necessidades.
Coleto as informações invisíveis, acrescento as informações faladas, ponho uma pitada de meu julgamento (falho e superficial), mas sem exagero pois pode desandar a receita e ai sim alinho tudo o que vou falar e como vou interagir com aquele grupo dias depois. Coisas que um simples e-mail nunca me daria.
Princípio básico nº 86: Na comunicação sustentável mais importante do que ouvir o que é falado é escutar aquilo que não está sendo dito.
Subdica 34-B: as pessoas querem, precisam e preferem ser ouvidas. (tá me ouvindo?)
Conecte-se!
Bjs, abs e piparotes!
*Antes que qualquer patrulha dos bons costumes tire suas bandeiras empoeiradas do armário para armar uma luta contra o uso do verbo “gozar”. Preciso definir que, neste caso, ela está no sentido de desfrutar, fruir, aproveitar (Houaiss) e não no orgástico, ok?
Se assim fosse, isso tornaria a obtenção de uma sala de reunião algo praticamente impossível. Estariam todas ocupadas permanentemente.
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