segunda-feira, novembro 07, 2011

||| Li por Aí...||| 06

Por Airton Soares

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Do meu flanelógrafo
A maior aventura de um ser humano é viajar, e a maior viagem que alguém pode empreender é para dentro de si mesmo, e o modo mais emocionante de realizá-la é ler um livro, mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas o que as palavras não disseram. Augusto Cury.
๛๛๛๛๛๛๛๛ domingo - 11/09/2011

NÃO SOU MUITO de puxar conversa quando viajo. Timidez. É. Acreditem! Mas, foi-não-foi, quando encontro um ouvido virgem, culto e com um bom nível de escuta, viro tagarela. Foi o que aconteceu quando viajava para Camocim (Ce), no ano passado:
- - - - - - -por e-mail
"PREZADO AIRTON, GOSTEI muito do seu Blog. Ele faz jus ao papo interessante que levamos no ônibus de Fortaleza a Camocim. Gostaria que você me enviasse a trova sobre pagar com a mesma moeda. Lembra? Grande Abraço, Elton Menezes Leite."

BASEADO NO PROVÉRBIO DE SALOMÃO:

Não respondas ao louco
segundo a sua loucura
para não vires a ser
o seu semelhante.

FIZ A SEGUINTE TROVA:

Pagar na mesma moeda
nunca deu troco a ningúem
feliz de quem se apieda
não se vinga e faz o bem.

PEGANDO O FRETE:

Fazer o bem, simplesmente
muita gente não concebe
é que não sabe e não sente
que é dando que se recebe. [ Li por Aí ]

PEGANDO O FRETE 2:

Todo mundo se admira
do macaco andar em pé
o macaco já foi gente
pode andar como quiser. [ Li por Aí ]

Há um perigo enorme de você gostar!

||| Li por Aí...||| 05

||| Li por Aí...||| 05

Por Airton Soares
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Do meu flanelógrafo
O escritor é um garimpeiro incansável de palavras preciosas (belas adormecidas!), é estúdio ambulante, é incansável chargista vocabular de plantão de suas emoções, é esponja sensível que absorve o que vê e o que não se vê. Airton Soares, In O Mundo Fora de Esquadro.
๛๛๛๛๛๛๛๛ quinta - 08/09/2011
DE UMA FORMA OU DE OUTRA os fragmentos literários que se seguem, se entrecruzam e se interpenetram, formando um bloco coeso. Confira!
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O ESCRITOR É O ÚNICO a prestar atenção numa pedrinha triste e solitária, esquecida no jardim de sua casa. Revista Literatura – 29/03/2010 - texto de Renato Alessando Santos, adaptado por Airton Soares.
IMPOSSÍVEL NÃO LEMBRAR O BRUXO DO COSME VELHO - "Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto". Machado de Assis.
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A LITERATURA É UMA DAMA de muitos séculos que, como uma jovem vampira, está sempre cinematograficamente jovial, adolescendo com uma consciência de espírito que atravessa os séculos, à disposição de qualquer um que goste de ler e que saiba responder à pergunta de Drummond: “trouxeste a chave” Revista Literatura – 29/03/2010 - texto de Renato Alessando Santos.
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ABRACADABRA....
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
........................trecho da poesia drummoniana, Procura da poesia.
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ATENTE:
Cada uma [ palavra] tem mil faces secretas [ conotação = figuração = vários sentidos] sob a face neutra [ denotação = palavra em estado de dicionário].
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MAS O QUE QUER DIZER ESTE POEMA? - perguntou-me alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...
Mário Quintana.

||||| Li por Aí... ||||| 04

sábado, 3 de setembro de 2011

Por Airton Soares
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Do meu flanelógrafo
Ler sem raciocinar é como preencher um cheque sem
saber quanto se tem no banco.” Ulisses Tavares. *
๛๛๛๛๛๛๛๛ domingo - 04/09/2011

* ULISSES TAVARES, escritor e professor, sempre leu muito. Não ficou rico com isso. Mas deixou de ser pobre de espírito rapidinho. Visite: www.ulissestavares.com.br
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OLHE, LONGE DE QUERER SER “o cara” da leitura, mas eu me enquadro no time do professor Ulisses. Falar nisso, minha família diz: “Tu vai ficar doido de tanto ler” - Reflito: se leio, fico doido; se não leio, fico doido pra ler... Existirá diferença?
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A leitura nos ensina
a separar o joio do trigo
para que no campo da vida
floresça homem e não mendigo. Airton Soares
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Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar.
[ Trechos - O livro e a América, Castro Alves]
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LI POR AÍ
...........cinco razões para ler um livro:
  • Partir em busca do conhecimento;
  • Aliviar o estresse;
  • Viajar sem sair do lugar;
  • Voar por outros mundos e dimensões;
  • Abrir um cofre de sabedoria.
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CURIOSnãotemIDADE - Na Segunda Guerra Mundial, o cerco nazista à cidade russa de Stalingrado (atual São Petersburgo) por quase um ano, privou seus habitantes de meios alimentares vindo de fora. Na ocasião, as autoridades soviéticas recomendaram o hábito da leitura por entre a população, como forma de fazer "esquecer" a fome que passavam. [Verbete: leitura / Wiquipédia]
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É VERDADE PATENTE
Bíblia: o livro mais lido no mundo. O segundo mais lido: Dom Quixote de La Mancha, de Cervantes.
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E PRA FINALIZAR....
Parece troça, parece,
mas é verdade PATENTE
que a gente nunca se esquece
de quem se esquece da gente. [ Jader Andrade ]

||| Li por Aí... ||| 03

quinta-feira, 1 de setembro de 2011


Por Airton Soares
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Tudo bem. Viva o computador, a internet.
Mas nenhuma coleção de CDs e DVDs ornamentará uma
sala como o calor e a dignidade de uma estante de livros.”
E este colunista - em final de expediente, exausto e sem assunto -
acrescenta: FALOU E DISSE!
๛๛๛๛๛๛๛๛ quinta - 01/09/2011
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NÃO CONTRAIA! - Pressionada pela linguagem oral, na qual são comuns as fusões de som, a escrita é levada a contrair — distraidamente — o que não pode gramaticalmente ser contraído. Em casos como o da frase “Apesar de o preso ter sido solto no mesmo dia...”, nunca se deve escrever “Apesar do preso ter sido...”, o que só é tolerado na oralidade. E isso pela simples razão de que o sujeito nunca pode ser regido por preposição. Portanto, na linguagem culta formal, não se deve fazer essa mistura. Consultexto - Ano 12 - nº 563 - 1º/09/2011
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CONTRAIR MATRIMÔNIO, PODE! Neste caso o sujeito realiza um contrato... um compromisso. Já contrair um resfriado [ ser afetado] cristão nenhum deseja, e como é difícil evitá-lo! Falar nisso, mestre Drummond diz que existem no mundo duas coisas difíceis de se evitar: paixão e resfriado. Até aqui tudo bem, - continua o poeta - o problema é que ninguém quer se vacinar contra o amor, mesmo sabendo dos seus efeitos colaterais.
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AMANHÃ, sexta-feira, dia de PoncioPilex. Sábado e domingo... curtir um redinha de tucum com direito a cafuné, né não? Fiquemos por aqui com a provocação da nossa Acadêmica [Academia Ipuense] e cordelista de mão, digo, de corpo cheio, Dalinha Catunda!
REDE NO ALPENDRE
*
Uma rede num alpendre
E um ventinho sedutor
Vento que vem do açude
Para abanar meu calor
São delícias que desfruto
Quando estou no interior.[...] Dalinha Catunda

||||| Li por Aí... ||||| 02

domingo, 28 de agosto de 2011

Por Airton Soares
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Do meu flanelógrafo
Corre na internet...
Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário.
Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado"
Cid Gomes, governador do Ceará
Quanta falta de educação! AS
๛๛๛๛๛๛๛๛domingo - 28/08/2011

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TODO O PECADO ORIGINAL VEIO A SER A VIRTUDE ORIGINAL - Você sabia que o casamento era tido como um atentado à sociedade e que o «direito» foi por muito tempo um vetitum, uma inovação, um crime, ou seja, foi instituído com violência e opróbio? Confira no final da coluna as contundentes assertivas do eminente filósofo alemão Friedrich Nietzsche, abordando o tema A Fragilidade dos Valores.

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E POR FALAR EM CASAMENTO...

Quem ama mulher casada
só passa pela janela,
não pisa com o pé no chão
nem faz barulho em cancela,
com medo do “38”
na mão do marido dela.”
Li por aí...num sei por onde, porque não dizer nalgum lugar... e de tanto repetir acabei decorando e memorizando.
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EM FAVOR DO CABIMENTO.... A decoreba, hoje tão mal falada, na esfera educacional, a meu ver ainda tem muita serventia. O que acontecia: o aluno repetia... repetia...Só decorava. E... com o passar do tempo, esquecia. Hoje: continua válida a repetição para se decorar, mas... cada repetição tem de ser feita estrategicamente diferente, envolvendo imagens diversas via sentidos. Para cada sentido um sentimento [emoção!] diferente. Celso Antunes trabalha bem este tema em sua Aprendizagem Significativa. Em suma: repita para decorar, mas reflita exaustivamente sobre o que foi decorado para que o texto seja memorizado... gravado para sempre.
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GRAVE PARA SEMPRE SEUS TEXTOS - Nossa próxima oficina no SESC será Estratégias de Estudo: Aprendizagem Significativa, que tem como objetivo geral propiciar ao treinando a descoberta do seu plano pessoal de estudo e de como aumentar e melhorar a retenção e resgate de informações importantes para utilização no momento adequado através de técnicas de leitura e memorização. Fique atento. Divulgaremos nesta coluna início e carga horária. Mas uma coisa é certa: É GRATUITA!
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A FRAGILIDADE DOS VALORES - Todas as coisas «boas» foram noutro tempo más; todo o pecado original veio a ser virtude original. O casamento, por exemplo, era tido como um atentado contra a sociedade e pagava-se uma multa, por ter tido a imprudência de se apropriar de uma mulher (ainda hoje no Cambodja o sacerdote, guarda dos velhos costumes, conserva o jus primae noctis). 
 
Os sentimentos doces, benévolos, conciliadores, compassivos, mais tarde vieram a ser os «valores por excelência»; por muito tempo se atraiu o desprezo e se envergonhava cada qual da brandura, como agora da dureza.
A submissão ao direito: oh! que revolução de consciência em todas as raças aristocráticas quando tiveram de renunciar à vingança para se submeterem ao direito! O «direito» foi por muito tempo um vetitum, uma inovação, um crime; foi instituído com violência e opróbio. 
 
Cada passo que o homem deu sobre a Terra custou-lhe muitos suplícios intelectuais e corporais; tudo passou adiante e atrasou todo o movimento, em troca teve inumeráveis mártires; por estranho que isto hoje nos pareça, já o demonstrei na Aurora, aforismo 18: «Nada custou mais caro do que esta migalha de razão e de liberdade, que hoje nos envaidece». Esta mesma vaidade nos impede de considerar os períodos imensos da «moralização dos costumes» que precederam a história capital e foram a verdadeira história, a história capital e decisiva que fixou o carácter da humanidade. 
 
Então a dor passava por virtude, a vingança por virtude, a renúncia da razão por virtude, e o bem-estar passivo por perigo, o desejo de saber por perigo, a paz por perigo, a misericórdia por opróbio, o trabalho por vergonha, a demência por coisa divina, a conversão por imoralidade e a corrupção por coisa excelente.
Friedrich Nietzsche, in 'A Genealogia da Moral'

PROFESOR FLÁVIO LEITÃO por Dr. José Maria

 21abr25 Dr. José Maria Natalício do Professor Flávio Leitão. Filho de um dos mais brilhantes sonetista da língua portuguesa, Flávio Leitão ...