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terça-feira, maio 12, 2015

O escritor Roberto Saviano é um dos convidados da Flip 2015



SÃO PAULO - O jornalista italiano Roberto Saviano, o escritor cubano Leonardo Padura, o matemático brasileiro Artur Avila e o cartunista francês Riad Sattouf estão entre os convidados anunciados nesta terça-feira (12) para a edição deste ano da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que se realiza de 1º a 5 de julho. Entre os nomes que já haviam sido confirmados na programação principal estão o irlandês Colm Tóibín, a israelense Ayelet Waldman, o britânico David Hare, o queniano Ngugiwa Thiong'o, os argentinos Diego Vecchio e Beatriz Sarlo, a portuguesa Matilde Campilho e os brasileiros Karina Buhr e Boris Fausto. Os ingressos começam a ser vendidos no dia 1º de junho.

Saviano, autor de “Gomorra” e “Zero Zero Zero”, sobre a relação das máfias italianas com as instituições do país, falará do seu trabalho como jornalista investigativo, que lhe valeu ameaças de morte e o obrigou a viver escondido sob proteção da polícia. Avila participará da mesa “Os homens que calculavam” com o também matemático russo-americano Edward Frankel para uma conversa sobre a rotina dos cientistas e a intimidade com os números. Ex-colaborador do jornal satírico francês “Charlie Hebdo”, Sattouf e o cartunista brasileiro Rafa Campos, do álbum “Deus, essa gostosa”, discutem na mesa “De balões e blasfêmias” como se travam as batalhas culturais e os limites do humor dentro do universo dos cartuns e publicações humorísticas.

Homenageando Mário de Andrade (1893-1945), a Flip 2015 reúne este ano em Paraty 39 autores brasileiros e estrangeiros para debater temas que vão desde a prosa e a poesia até políticas culturais e os rumos da sociedade brasileira, passando pela crítica, sexo e erotismo, ciência, família e vida afetiva, romance policial, política internacional, música e arquitetura. A 13ª edição da festa vai manter a gratuidade no show de abertura e nos telões externos. O jornalista e editor Paulo Werneck, que pelo segundo ano ficou responsável pela curadoria, disse que trazer Saviano (por questões de segurança) e Padura não foi uma tarefa fácil e as negociações se arrastaram por bastante tempo.

- Estou muito orgulhoso dessa programação. Tem autores para todos os perfis de leitores - diz o curador Paulo Werneck.

Mauro Munhoz, diretor presidente da Casa Azul, organização que promove a Flip, diz que a captação de patrocínio ainda não foi completada. E pode ser que termine com cerca de 15% a menos do valor total. Segundo Munhoz, dos R$ 7,5 milhões previstos para os cinco dias de festa só R$ 6,1 milhões foram captados. No ano passado, foram captados R$ 8,2 milhões.

- Estamos em um cenário bastante dramático e isso se reflete em todas as áreas. Captação acontece até o último momento. Estamos há 13 anos nesse processo. Trabalhamos com vários módulos, o que nos permite adaptar. De agora até o início da Flip, a expectativa é que terminemos com 15% a menos. Por outro lado, é um processo extremamente eficiente. Porque nos permite fazer mais com menos. É um princípio modernista, andradino.

Werneck acrescenta que, nesse contexto de crise, a programação tem obrigação de ser mais movimentada.

- A gente sabe que, em momentos de crise, a atividade cultural floresce. Não podemos esquecer que o próprio Mário de Andrade atuou em um contexto político muito difícil -- disse o curador.

Na programação principal, a vida e obra de Mário de Andrade será dissecada em todos os âmbitos possíveis e a partir de vários pontos de vista por parte dos convidados. Hermínio Bello de Carvalho e o crítico José Ramos Tinhorão examinam o trabalho do homenageado no campo da música. A argentina Beatriz Sarlo e os brasileiros Eliane Robert Moraes e Eduardo Jardim mostram por que ele continua atual nos dias de hoje. O professor e músico José Miguel Wisnik volta ao tema da música no trabalho do intelectual paulista. E o jornalista Roberto Pompeu de Toledo e o professor Carlos Augusto Calil falam sobre a relação do patrono desta edição da Flip com a cidade de São Paulo.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

QUARTA, 1 DE JULHO

19h - Sessão de abertura: As margens de Mário

Beatriz Sarlo, Eliane Robert Moraes e Eduardo Jardim

QUINTA, 2 DE JULHO

10h - Mesa 1: A cidade e o território

Antônio Risério e Eucanaã Ferraz

12h - Mesa Zé Kleber: Falando alemão

Geovani Martins, Deocleciano Moura Faião e Katjusch Hœ

15h - Mesa 2: De micróbios e soldados

Diego Vecchio e Saša Stanišić

17h15 - Mesa 3: A poesia em 2015

Matilde Campilho e Mariano Marovatto

19h30 - Mesa 4: Encontro com Colm Tóibín

21h30 – Mesa 5: Do angu ao kaos

Jorge Mautner e Marcelino Freire

SEXTA, 3 DE JULHO

10h - Mesa 6: Encontro com Boris Fausto

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12h - Mesa 7: São Paulo! Comoção de minha vida...

Roberto Pompeu de Toledo e Carlos Augusto Calil

15h - Mesa 8: As ilusões da mente

Eduardo Giannetti e Sidarta Ribeiro

17h15 - Mesa 9: Escrever ao Sul

Ngũgĩ wa Thiong’o e Richard Flanagan

19h30 - Mesa 10: Amar, verbo transitivo

Ana Luisa Escorel e Ayelet Waldman

21h30 - Mesa 11: Os Imoraes

Eliane Robert Moraes e Reinaldo Moraes

SÁBADO, 4 DE JULHO

10h - Mesa 12: Turistas aprendizes

Beatriz Sarlo e Alexandra Lucas Coelho

12h - Mesa 13: Encontro com David Hare

15h - Mesa 14: De balões e blasfêmias

Riad Sattouf e Rafa Rocha

17h15 - Mesa 15: Os homens que calculavam

Artur Avila e Edward Frenkel

19h30 - Mesa 16: Encontro com Roberto Saviano

21h30 - Mesa 17: Desperdiçando verso

Arnaldo Antunes e Karina Buhr

DOMINGO, 5 DE JULHO

10h - Mesa 18: Música, doce música

José Ramos Tinhorão e Hermínio Bello de Carvalho

12h - Mesa 19: De frente para o crime

Leonardo Padura e Sophie Hannah

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14h - Mesa 20: Conferência de encerramento

José Miguel Wisnik

16h - Mesa 21: Livro de cabeceira


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