SÃO PAULO -
O jornalista italiano Roberto Saviano, o escritor cubano Leonardo Padura, o
matemático brasileiro Artur Avila e o cartunista francês Riad Sattouf estão
entre os convidados anunciados nesta terça-feira (12) para a edição deste ano
da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que se realiza de 1º a 5 de
julho. Entre os nomes que já haviam sido confirmados na programação principal
estão o irlandês Colm Tóibín, a israelense Ayelet Waldman, o britânico David
Hare, o queniano Ngugiwa Thiong'o, os argentinos Diego Vecchio e Beatriz Sarlo,
a portuguesa Matilde Campilho e os brasileiros Karina Buhr e Boris Fausto. Os
ingressos começam a ser vendidos no dia 1º de junho.
Saviano,
autor de “Gomorra” e “Zero Zero Zero”, sobre a relação das máfias italianas com
as instituições do país, falará do seu trabalho como jornalista investigativo,
que lhe valeu ameaças de morte e o obrigou a viver escondido sob proteção da
polícia. Avila participará da mesa “Os homens que calculavam” com o também
matemático russo-americano Edward Frankel para uma conversa sobre a rotina dos
cientistas e a intimidade com os números. Ex-colaborador do jornal satírico
francês “Charlie Hebdo”, Sattouf e o cartunista brasileiro Rafa Campos, do
álbum “Deus, essa gostosa”, discutem na mesa “De balões e blasfêmias” como se
travam as batalhas culturais e os limites do humor dentro do universo dos
cartuns e publicações humorísticas.
Homenageando
Mário de Andrade (1893-1945), a Flip 2015 reúne este ano em Paraty 39 autores
brasileiros e estrangeiros para debater temas que vão desde a prosa e a poesia
até políticas culturais e os rumos da sociedade brasileira, passando pela
crítica, sexo e erotismo, ciência, família e vida afetiva, romance policial,
política internacional, música e arquitetura. A 13ª edição da festa vai manter
a gratuidade no show de abertura e nos telões externos. O jornalista e editor
Paulo Werneck, que pelo segundo ano ficou responsável pela curadoria, disse que
trazer Saviano (por questões de segurança) e Padura não foi uma tarefa fácil e
as negociações se arrastaram por bastante tempo.
- Estou
muito orgulhoso dessa programação. Tem autores para todos os perfis de leitores
- diz o curador Paulo Werneck.
Mauro
Munhoz, diretor presidente da Casa Azul, organização que promove a Flip, diz
que a captação de patrocínio ainda não foi completada. E pode ser que termine
com cerca de 15% a menos do valor total. Segundo Munhoz, dos R$ 7,5 milhões
previstos para os cinco dias de festa só R$ 6,1 milhões foram captados. No ano
passado, foram captados R$ 8,2 milhões.
- Estamos em
um cenário bastante dramático e isso se reflete em todas as áreas. Captação
acontece até o último momento. Estamos há 13 anos nesse processo. Trabalhamos
com vários módulos, o que nos permite adaptar. De agora até o início da Flip, a
expectativa é que terminemos com 15% a menos. Por outro lado, é um processo
extremamente eficiente. Porque nos permite fazer mais com menos. É um princípio
modernista, andradino.
Werneck
acrescenta que, nesse contexto de crise, a programação tem obrigação de ser
mais movimentada.
- A gente
sabe que, em momentos de crise, a atividade cultural floresce. Não podemos
esquecer que o próprio Mário de Andrade atuou em um contexto político muito
difícil -- disse o curador.
Na
programação principal, a vida e obra de Mário de Andrade será dissecada em
todos os âmbitos possíveis e a partir de vários pontos de vista por parte dos
convidados. Hermínio Bello de Carvalho e o crítico José Ramos Tinhorão examinam
o trabalho do homenageado no campo da música. A argentina Beatriz Sarlo e os
brasileiros Eliane Robert Moraes e Eduardo Jardim mostram por que ele continua
atual nos dias de hoje. O professor e músico José Miguel Wisnik volta ao tema
da música no trabalho do intelectual paulista. E o jornalista Roberto Pompeu de
Toledo e o professor Carlos Augusto Calil falam sobre a relação do patrono
desta edição da Flip com a cidade de São Paulo.
PROGRAMAÇÃO
COMPLETA
QUARTA, 1 DE
JULHO
19h - Sessão
de abertura: As margens de Mário
Beatriz
Sarlo, Eliane Robert Moraes e Eduardo Jardim
QUINTA, 2 DE
JULHO
10h - Mesa
1: A cidade e o território
Antônio
Risério e Eucanaã Ferraz
12h - Mesa
Zé Kleber: Falando alemão
Geovani
Martins, Deocleciano Moura Faião e Katjusch Hœ
15h - Mesa
2: De micróbios e soldados
Diego
Vecchio e Saša Stanišić
17h15 - Mesa
3: A poesia em 2015
Matilde
Campilho e Mariano Marovatto
19h30 - Mesa
4: Encontro com Colm Tóibín
21h30 – Mesa
5: Do angu ao kaos
Jorge
Mautner e Marcelino Freire
SEXTA, 3 DE
JULHO
10h - Mesa
6: Encontro com Boris Fausto
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12h - Mesa
7: São Paulo! Comoção de minha vida...
Roberto
Pompeu de Toledo e Carlos Augusto Calil
15h - Mesa
8: As ilusões da mente
Eduardo
Giannetti e Sidarta Ribeiro
17h15 - Mesa
9: Escrever ao Sul
Ngũgĩ wa Thiong’o e Richard Flanagan
19h30 - Mesa
10: Amar, verbo transitivo
Ana Luisa
Escorel e Ayelet Waldman
21h30 - Mesa
11: Os Imoraes
Eliane
Robert Moraes e Reinaldo Moraes
SÁBADO, 4 DE
JULHO
10h - Mesa
12: Turistas aprendizes
Beatriz
Sarlo e Alexandra Lucas Coelho
12h - Mesa
13: Encontro com David Hare
15h - Mesa
14: De balões e blasfêmias
Riad Sattouf
e Rafa Rocha
17h15 - Mesa
15: Os homens que calculavam
Artur Avila
e Edward Frenkel
19h30 - Mesa
16: Encontro com Roberto Saviano
21h30 - Mesa
17: Desperdiçando verso
Arnaldo
Antunes e Karina Buhr
DOMINGO, 5
DE JULHO
10h - Mesa
18: Música, doce música
José Ramos
Tinhorão e Hermínio Bello de Carvalho
12h - Mesa
19: De frente para o crime
Leonardo
Padura e Sophie Hannah
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14h - Mesa
20: Conferência de encerramento
José Miguel
Wisnik
16h - Mesa
21: Livro de cabeceira